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Putin garante que Rússia também apoia opositores de Assad

Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (17) que os bombardeios da força aérea russa não apoiam somente a ofensiva do regime Bashar al-Assad, mas também os opositores que enfrentam o grupo Estado Islâmico. "Apoiamos os esforços (da oposição ao presidente sírio) na luta contra a organização EI da mesma maneira que apoiamos o exército síiro", declarou o presidente russo em sua coletiva de imprensa anual.

Vladimir Putin concede sua coletiva anual de imprensa em Moscou
Vladimir Putin concede sua coletiva anual de imprensa em Moscou REUTERS/Maxim Zmeyev
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De acordo com ele, Moscou tem conseguido cumprir "parcialmente" uma ideia proposta pelo presidente francês, François Hollande, de "tentar unir os esforços do exército sírio e ao menos parte da oposição armada na luta contra os jihadistas". O líder russo já havia falado sobre a proposta, que teria sido apresentada por Hollande durante sua visita a Paris, de "unir esforços" entre as forças de Bashar al-Assad e do Exército Sírio Livre, o principal grupo armado "moderado" do país. Mas o círculo próximo do presidente francês desmente que a ideia tenha partido dele.

Tenha ou não sido proposta pelo líder da França, o fato é que o Kremlin garante estar em contato com membros da oposição "que querem combater e de fato combatem o grupo EI". Desde o início de sua intervenção militar na Síria, em 30 de setembro, a Rússia tem sido acusada pelas potências ocidentais e por ONGs de direcionar seus ataques quase exclusivamente à oposição a seu aliado Bashar al-Assad e não aos jihadistas.

Na terça-feira, o ministério russo da Defesa já havia afirmado que coordenava sua ação na Síria com uma força de 5 mil homens divididos em 150 grupos da "oposição moderada e patriótica" que combatem ao lado do exército de Damasco. Até então, Moscou não havia evocado nenhum apoio aos adversários de Bashar al-Assad.

Em outra demonstração de afinamento da posição russa com a ocidental, Putin garantiu que a Rússia apoia o projeto de resolução americana no Conselho de Segurança da ONU que prevê cortar os recursos financeiros do grupo Estado Islâmico. A redação final do texto, que deve ser adotado no fim da tarde desta quinta-feira, foi feita de forma conjunta por Moscou e Washington. "É exatamente o projeto que o secretário de Estado norte-americano trouxe" à Rússia, disse o presidente, em referência à visita que John Kerry fez nesta semana ao país.

Presidente admite presença militar russa na Ucrânia

Com relação à crise na Ucrânia, outro assunto que opõe Moscou às potências ocidentais, Putin admitiu a presença de russos encarregados de tarefas militares no país, mas negou que haja tropas regulares atuando em solo ucraniano. Quase dois anos depois do início do conflito - do qual o ocidente acusa o Kremlin de ser um dos grandes promotores -, o mandatário afirmou que não tem nenhum interesse no deterioramento da situação. Ele disse que espera uma solução que não recaia sobre a popuação de língua russa no leste do país.

Putin afirmou que está disposto a convencer os separatistas da necessidade de um compromisso político para encerrar a crise, mas criticou Kiev por não respeitar o acordo de Minsk, principalmente no que diz respeito ao "estatuto especial" para as regiões sobre controle rebelde na fronteira com a Rússia.

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