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ONU/clima

Nível de CO2 nunca esteve tão elevado, aponta novo relatório da ONU sobre o clima

Publicado neste domingo (2), o quinto relatório do GIEC (Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima), confirma todos os temores: o dióxido de carbono nunca esteve tão elevado na atmosfera, o nível do mar aumentou e o derretimento das calotas polares se acelera. Para o secretário americano John Kerry, quem contesta esse documento "coloca em risco as gerações futuras."

Derretimento de uma calota polar na Antártida em 2010
Derretimento de uma calota polar na Antártida em 2010 REUTERS/Pauline Askin
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É preciso agir rapidamente, senão as mudanças climáticas produzirão efeitos cada vez mais “severos e irreversíveis” na vida humana e nos ecossistemas. Foi com essas palavras alarmantes que os especialistas do GIEC apresentaram hoje em Copenhague, na Dinamarca, o resumo do quinto relatório do grupo sobre o clima.

Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, o documento é o mais completo divulgado até agora sobre o assunto. “Ele traz três mensagens principais: a influência dos homens no meio ambiente é clara e cresce rapidamente. Temos que agir rápido e de maneira decisiva se quisermos evitar consequências avassaladoras. Enfim, temos condições de limitar as mudanças climáticas atuais e construir um futuro melhor”, declarou. “É uma corrida contra o tempo.”

O relatório resume três grandes temas tratados pelo GIEC desde setembro de 2013: o estado atual da ciência que analisa o clima, o impacto e a vulnerabilidade nas diferentes regiões do mundo e as ações econômicas para limitar o aquecimento global. Ele servirá de base científica e econômica para as negociações que acontecem em dezembro em Lima, no Peru, e em 2015 em Paris, onde é esperado um acordo para reduções das emissões de gases poluentes em nível mundial.

Concentração mais alta em 800 mil anos

A situação é mais do que preocupante: a quantidade de dióxido de carbono atmosfera (CO2), o principal gás poluente emitido pelas atividades humanas, é a mais alta dos últimos 800 mil anos. A temperatura na baixa atmosfera subiu 0,85° desde o final do século 19. O nível dos oceanos subiu 19 centímetros e a quantidade de neve e gelo na superfície da Terra diminuiu na maior parte das regiões do mundo.

De acordo com os cientistas, os efeitos do aquecimento global já trazem consequências em todos os continentes e oceanos. Para manter a temperatura abaixo de 2°C em relação ao período pré-industrial – meta estabelecida em 2009 pela comunidade internacional –, as emissões de gases poluentes devem ser reduzidas de 40 a 70% até 2050.

França e EUA pedem ação

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste domingo que aqueles que “contestam a ciência do clima colocavam em perigo as gerações futuras.” De acordo com ele, " o essencial é entender que a temperatura em nosso planeta aumenta por conta da ação humana, os estragos são visíveis e o desafio requer uma ação ambiciosa, decisiva e imediata."

A França também pediu neste domingo uma mobilização "universal" contra as mudanças climáticas, que representam uma “grave ameaça à biodiversidade, à segurança alimentar e à saúde.” Em um comunicado conjunto, o chanceler francês, Laurent Fabius, e a ministra da Ecologia, Segolène Royal, ressaltaram que, se nada for feito, certamente haverá "uma alta de temperaturas acima de 2°C.”
 

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