Em visita à Rússia, premiê francês pedirá libertação de militantes do Greenpeace

O premiê francês Jean Marc Ayrault, que viaja para a Rússia nesta quinta-feira, vai abordar o caso dos 30 militantes do Greenpeace presos em Mormansk desde o dia 18 de setembro, entre eles a brasileira Ana Paula Maciel. O primeiro-ministro francês tentará obter uma solução diplomática para o impasse.

A ativista brasileira Ana Paula Alminhana Maciel. ©Reuters.

O processo dos ativistas, indiciados por vandalismo, está marcado para o dia 24 de novembro. A pena pode chegar a sete anos de trabalhos forçados em um campo, como prevê a legislação russa.

Os militantes foram detidos depois de tentar invadir uma plataforma da Gazprom no Ártico em setembro. Eles foram acusados inicialmente de pirataria, crime passível de 15 anos de prisão, mas a Justiça russa teria levado em conta algumas circunstâncias atenuantes.

O premiê francês Jean Marc Ayrault deverá se encontrar na quinta e sexta-feira com o primeiro-ministro Dimitri Medvedev e o presidente russo Vladimir Putin.

Em uma carta enviada ao presidente François Hollande, o Greenpeace pediu a intervenção da França na libertação dos militantes. O chanceler Laurent Fabius afirmou que o país agiria a favor do ativistas.

A chanceler alemã Angela Merkel também pediu que "o caso fosse resolvido rapidamente."

Já a Holanda defende uma arbitragem internacional para solucionar a questão. O navio holândes Artic Sunrise, usado na ação, foi confiscado pelas autoridades russas.

O tribunal de Mormansk, que está analisando o processo, recusou todos os recursos de liberdade provisória aos militantes, mesmo sob pagamento de fiança.

No fim de semana, o suíço Marcos Weber um dos militantes presos, denunciou as condições precárias na prisão.

De acordo com seu depoimento, os ativistas são monitorados 24 horas por dia e estão fechados em uma cela minúscula, sem janela, suja, e úmida, que os obrigam a passar o tempo de casaco.