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Síria/massacre

França quer "reação forte" se confirmado ataque com armas químicas na Síria

A França defende uma "reação forte" se for confirmado o massacre com armas químicas. Foi o que disse hoje o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius. Ele não deu deu detalhes de como seria essa reação, mas deixou claro que o governo francês exclui categoricamente o envio de militares ao país.

Corpos de crianças mortas durante suposto ataque por armas químicas na Síria, em foto desta quarta-feira, 21 de agosto de 2013.
Corpos de crianças mortas durante suposto ataque por armas químicas na Síria, em foto desta quarta-feira, 21 de agosto de 2013. REUTERS/Diaa al-Din/Shaam News Network/Handout
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Fabius também disse que se o Conselho de Segurança não pode tomar decisões, medidas devem ser adotadas de uma outra maneira. A referência do chanceler foi ao resultado da reunião de emergência do Conselho de Segurança na noite desta quarta-feira,  em Nova York.

O Conselho se limitou a exigir que o ataque seja investigado e totalmente esclarecido. Mas nenhuma declaração formal foi adotada devido a oposição da Rússia e da China, dois países que têm rejeitado todo tipo de condenação ao regime sírio.

"É preciso que os russos assumam suas responsabilidades", disse Fabius. “Estamos em uma fase onde é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam coerentes com eles mesmos. Todos disseram que não podem ser usadas armas químicas. Todos assinaram um acordo proibindo o uso dessas armas, inclusive os russos”, lembrou o chanceler francês.

A oposição síria afirma que o governo promoveu um ataque com armas químicas na manhã de quarta-feira na periferia de Damasco que teria provocado a morte de pelo menos 1.300 pessoas. O governo nega ter usado tais armas na ofensiva contra os rebeldes.

Crime de guerra

Duas ONGS de direitos humanos, a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, pediram que a missão de experts da ONU que está na Síria tenha acesso à periferia de Damasco para investigar as acusações de uso de armas químicas pelas forças de Bashar Al-Assad.

A Human Rights Watch afirma que sete moradores e dois médicos confirmaram que “centenas de pessoas, entre elas muitas crianças, parecem ter sido asfixiadas devido a um ataque na madrugada no dia 21 de agosto”.

"Se armas químicas foram utilizadas ou não, o ataque provocou a morte de um grande número de civis e os que cometeram esse ato devem ser punidos”, escreveu a Ong em um comunicado. "O governo sírio deve autorizar o acesso imediato aos inspetores da ONU que chegaram recentemente a Damasco", defendeu a Organização baseada em Nova York.

A ONU anunciou ontem que o chefe da missão presente no país, Ake Sellström, iniciou negociações com as autoridades do regime para investigar as denúncias dos opositores e poder visitar o local do ataque. O mandato dos experts da ONU se limita a determinar se armas químicas foram usadas em Khan al-Assal (perto de Alepo), Ataybé (nos arredores de Damasco), e em Homs, região central do país.

A Anistia Internacional também pede o acesso à missão da ONU ao local onde aconteceu o ataque supostamente com o uso de armas químicas denunciado pela oposição.

“Se as acusações forem confirmadas, o ataque deve ser considerado como crime de guerra. A única maneira de tratar as violações contínuas na Síria é que o Conselho de Segurança da ONU transfira o dossiê ao Tribunal Penal Internacional, o que a Anistia pede desde 2011”, afirmou a diretora-adjunta da Ong para o Oriente Médio e África do Norte, Hassiba Hadj Sahraoui.

 

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