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Terrorismo

Padre foi decapitado no altar, diz freira refém de atentado na França

Irmã Danielle, a freira que presenciou a decapitação do padre Jacques Hamel na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray nesta terça-feira (26), conversou com a rede de televisão francesa France 2. A religiosa conseguiu fugir do local e chamar a polícia. O atentado, perpetrado por dois homens, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Irmã Danielle presenciou o atentado na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, nesta terça-feira (26).
Irmã Danielle presenciou o atentado na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, nesta terça-feira (26). Reprodução de vídeo/France 2
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A religiosa contou que sentiu medo quando viu os dois homens entrarem e pensou que fosse morrer. "Quando eu os vi entrar, pensei: 'pronto, acabou'", declarou irmã Danielle, em entrevista à France 2. Ela foi feita refém, junto com outra freira, dois fiéis e o padre Jacques Hamel, de 86 anos, que foi degolado pelos agressores.

Segundo irmã Danielle, Hamel tinha acabado de celebrar a missa. "Eles [os agressores] tomaram seu lugar e falaram em árabe. (...) Não sei o que eles nos disseram, parecia um discurso. No final, gritaram: 'vocês, cristãos, nos subestimam'", declarou.

A freira disse que não imaginou que os homens fossem agredir Hamel. "Eles o obrigaram a se ajoelhar no altar e a não se mexer antes de decapitá-lo. Quando vi a faca na mão direita de um deles, eu tive certeza de que algo iria acontecer", relembrou.

"Ele [o padre] se debateu, ele sabia o que acontecia, ele sentiu o que foi feito contra ele". À rádio francesa RMC, irmã Danielle também disse que os jihadistas filmaram a cena. "Foi um horror."

Durante a decapitação, a religiosa conseguiu escapar do local. "Parei o primeiro carro que passava. O motorista tinha um celular e telefonou na hora para a polícia", finalizou.

Um dos agressores foi identificado

O grupo Estado Islâmico reivindicou o atentado na tarde desta terça-feira. A agência Amaq, ligada à organização jihadista, publicou um comunicado na internet dizendo que os agressores “obedeceram ao chamado para atacar países da coalizão”. Um refém segue hospitalizado em estado grave.

Um dos agressores foi formalmente identificado, anunciou o governo francês. Pelo menos um dos dois homens que perpetraram o ataque seria conhecido dos serviços antiterroristas franceses. Segundo os primeiros dados da investigação, um dos agressores era fichado como jihadista radical. Ele tentou ir à Síria em 2015. Ao voltar para França, foi detido provisoriamente e indiciado por ligação com um grupo terrorista. O suspeito foi libertado, mas usava uma tornozeleira eletrônica.

Durante a tarde, a polícia realizou batidas em dois locais diferentes, uma delas em uma residência a 300 metros da igreja. De acordo com uma fonte próxima da investigação, trata-se da casa de um dos agressores. Ao menos uma pessoa foi detida, constataram jornalistas.

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