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Hollande/ França

Popularidade de Hollande cai a 23%, o pior índice desde que assumiu o governo

O presidente francês, François Hollande, perdeu quatro pontos de confiança no levantamento mensal feito pelo instituto TNS Sofres para a revista Le Figaro Magazine, caindo para 23% de popularidade, o índice mais baixo desde que ele chegou ao palácio do Eliseu, há um ano e meio.

O presidente francês, François Hollande(a direita) e o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault.
O presidente francês, François Hollande(a direita) e o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault. REUTERS/Charles Platiau
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Segundo a pesquisa TNS Sofres, 74% dos entrevistados não confiam na capacidade de Hollande resolver os problemas que o país atravessa.

O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault também perde três pontos de confiança, com 24% de popularidade, apenas um ponto acima de seu pior resultado, em maio passado (23%).

O ministro do Interior, Manuel Valls, que gerou polêmica na semana passada ao declarar que os ciganos romenos e búlgaros não têm lugar na França, continua como a personalidade mais popular do governo socialista. Valls figura em primeiro lugar no ranking das "personalidades políticas com futuro", com 43% de popularidade (estável), à frente do ex-presidente Nicolas Sarkozy (35%, -1 ponto) e o ex-premiê François Fillon (33%), que acusa queda de 5 pontos em um mês.

A pesquisa foi realizada de 26 a 30 de setembro à domicílio, com 1.000 pessoas entrevistadas em todo o país.

Outra pesquisa publicada hoje pelo instituto BVA para a Consultoria BFM revela que a metade dos franceses considera a política econômica de Hollande "pouco favorável" às empresas, enquanto apenas 19% dos entrevistados estimam que o presidente aplica medidas "muito favoráveis" ao empresariado.

Amadorismo presidencial

Apesar de ter herdado um Estado praticamente falido e ter tomado medidas de austeridade impopulares para sanear as contas públicas, a insatisfação dos franceses com Hollande é alimentada por outros fatores como o amadorismo dos socialistas e a falta de autoridade do presidente. Aos olhos da opinião pública, Hollande é incapaz de exercer a autoridade sobre seus ministros, que multiplicam os bate-bocas em público.

O episódio mais recente opôs o ministro do Interior, Manuel Valls, e a ministra da Habitação, Cécile Duflot, sobre o espaço dos ciganos no país. Valls disse que os ciganos romenos e búlgaros deveriam voltar para casa pelas dificuldades de inserção social, devido aos seus hábitos de vida diferentes dos franceses. Duflot tomou a defesa da minoria cigana, acusando Valls de romper o pacto republicano. Ontem, Hollande deu uma puxada de orelha nos ministros, mas a reação tardia, uma semana depois do bate-boca entre Valls e Duflot, não convenceu a imprensa e provavelmente a opinião pública.

O governo Hollande também é acusado de amadorismo. O deslize mais recente aconteceu no dia 26 de setembro em relação a um tema sensível, o desemprego. O Ministério do Trabalho divulgou com fanfarra que o desemprego havia caído substancialmente em agosto. Cinquenta mil pessoas teriam saído das estatísticas do desemprego, a primeira inversão de tendência em dois anos. Quatro dias depois, o governo teve de voltar atrás e explicar que uma pane no sistema de transmissão dos dados deixou de contabilizar uma parte dos desempregados. Em vez de 50 mil, somente 23 mil trabalhadores encontraram um trabalho em agosto.

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