Sem acordo sobre a dívida grega, líderes da UE voltam a negociar hoje

Os líderes da União Europeia (UE) se reúnem nesta quinta-feira (25) e sexta-feira (26), em Bruxelas, para discutir a renegociação da dívida da Grécia. A poucas horas do início do encontro, a Comissão Europeia e o FMI não tinham conseguido chegar a um acordo sobre a questão.

O pirmeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, teria retirado medidas impopulares da lista de propostas apresentadas aos credores. REUTERS/Francois Lenoir/Files

Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

As negociações entre Atenas e os parceiros europeus ficaram tensas, ontem, devido a uma contraproposta dos credores e do recuo na aplicação de certas medidas. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, teria retirado algumas medidas impopulares da lista de propostas apresentadas aos credores, como o aumento das contribuições sobre aposentadorias.

A decisão é considerada um passo atrás nas negociações entre a Grécia e seus credores. O otimismo do início da semana já não existe mais.

Depois de afirmarem que a oferta grega era uma boa base para as discussões em direção a um acordo, a troika – formada pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia – indicou que ainda existem sérias divergências com Atenas em relação ao conteúdo do plano.

Irritado, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras declarou “ou não há interesse em um acordo, ou estão a servir certos interesses”.

A tarefa de tentar salvar a Grécia recai, mais uma vez, nas mãos dos líderes europeus que se reúnem hoje e amanhã, em Bruxelas.

Ontem, o encontro dos ministros das Finanças da zona do euro durou apenas uma hora. Os credores disseram que Atenas deve aceitar mais austeridade para ajudar a evitar o calote de suas dívidas. Em uma corrida contra o relógio, o Eurogrupo volta se reunir esta tarde.

Prazo expira dia 30 de junho

A Grécia está a menos de uma semana do prazo para pagar € 1,6 bilhão para o FMI. Sem o desbloqueio do socorro de € 7,2 bilhões, a Grécia ficaria sem como pagar sua dívida e daria o calote, aumentando assim o risco de deixar a zona do euro.