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Um pulo em Paris

Corrida presidencial francesa entra na reta final ofuscada pela guerra na Ucrânia

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A França vive uma das campanhas presidenciais mais atípicas de sua história. A duas semanas do primeiro turno, que acontece em 10 de abril, a corrida eleitoral é ofuscada pela guerra na Ucrânia, que está no centro das atenções dos eleitores.

Os 12 candidatos à presidência francesa não conseguem mobilizar os eleitores, mais preocupados com a guerra na Ucrânia.
Os 12 candidatos à presidência francesa não conseguem mobilizar os eleitores, mais preocupados com a guerra na Ucrânia. REUTERS - STAFF
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Uma pesquisa realizada entre 10 e 14 de março e divulgada pelo Instituto de Ciências Políticas (Sciences Po) apontou que a guerra na Ucrânia é a segunda principal preocupação da população na França. O conflito lançado pela ofensiva militar russa, em 24 de fevereiro, fica atrás apenas da questão do poder aquisitivo na lista das prioridades da população.

Essa pesquisa dá uma ideia do tom da campanha presidencial. Os 12 candidatos tentam mobilizar eleitores que parecem mais ligados no que está acontecendo nas portas da União Europeia do que nos programas dos presidenciáveis.

Os comícios reúnem poucos eleitores e até os cartazes, que geralmente já estariam nos muros nessa época do ano, são discretos por enquanto. Emmanuel Macron, que tenta se reeleger e lidera as pesquisas de intenção de voto, passa boa parte do seu tempo cuidando da crise ucraniana. Como a França está à frente da presidência rotativa da União Europeia nesse momento, o chefe de Estado participa de praticamente todas as discussões sobre a guerra, como na quinta-feira (24), quando marcou presença nas reuniões da Otan, do G7 e da União Europeia, organizadas em Bruxelas.  

Pesquisas de opinião

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (25) aponta Macron com 27% das intenções de voto, enquanto Marine Le Pen, a líder da extrema direita, aparece em segundo lugar com 21%, seguida de Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, com 13%. Como na eleição de 2017, os candidatos dos partidos tradicionais, como Os Republicanos (conservador, de direita) e Socialista (de esquerda), ficaram para trás e o chefe de Estado assume o papel solução de consenso diante da má performance das demais legendas.

Por essa razão, há quem diga que Macron, que anunciou sua candidatura oficial apenas 40 dias antes do pleito e não participa dos debates, se vê como único candidato possível para quem evita os extremos, e por isso praticamente não faz campanha. Aliás, o chefe de Estado participará de apenas um grande comício, em 2 de abril, no bairro empresarial de La Défense, no oeste da capital.

Vantagem de Macron diminui

No entanto, as equipes do candidato Macron já começam a questionar se essa ausência do chefe de Estado na corrida eleitoral não representa um risco. A pesquisa desta sexta-feira (25) aponta que se o segundo turno da eleição fosse hoje, Macron ganharia de Marine Le Pen com 55% dos votos. No entanto, a posição do presidente-candidato não parece tão segura assim. Em apenas uma semana, Macron caiu mais de 3 pontos percentuais.

Enquanto isso, Marine Le Pen mantém seu ritmo e até sobe aos poucos, ganhando dois pontos percentuais em apenas alguns dias, diminuindo a diferença com Macron.

Nessa mesma pesquisa, Valérie Pecresse (Os Republicanos) aparece com 12%, seguida de Eric Zemmour, da extrema direita, com 10%. O candidato ecologista, Yannick Jadot, está na casa dos 5%, enquanto a socialista e prefeita de Paris, Anne Hidalgo, oscila entre 1% e 3%, dependendo da pesquisa.

O segundo turno da eleição presidencial francesa está previsto para 24 de abril.

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