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Presidenciais francesas: Zemmour e Pécresse mostram desespero em debate a um mês da eleição

O primeiro debate entre os candidatos às eleições presidenciais francesas Éric Zemmour (extrema direita) e Valérie Pécresse (direita tradicional), na noite de quinta-feira (10), foi considerado um desastre pela imprensa francesa. Ambos estão em baixa nas pesquisas, que, a menos de um mês do primeiro turno, colocam Emmanuel Macron e Marine Le Pen como favoritos, com 30% e 17,4% de intenções de voto, respectivamente.  

Éric Zemmour (extrema direita) e Valérie Pécresse (direita), na noite de quinta-feira, durante debate entre os candidatos às eleições presidenciais francesas no canal de televisão TF1.
Éric Zemmour (extrema direita) e Valérie Pécresse (direita), na noite de quinta-feira, durante debate entre os candidatos às eleições presidenciais francesas no canal de televisão TF1. © AFP - Alain Jocard
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“Esperava-se um vencedor deste primeiro debate presidencial. No final, dois perdedores surgirão”, escreve Le Figaro, que, em sua matéria de capa desta sexta-feira (11) traz como manchete a frase “A eleição emperrada”. 

Para o jornal, com a guerra na Ucrânia e as consequências diretas sobre os europeus em geral e os franceses em particular, todos os olhos se voltam para os problemas concretos do cotidiano: aumento da inflação e queda do poder de compra. Desde o início da guerra, Emmanuel Macron, que acumula hoje as presidências da França e da União Europeia, subiu alguns pontos percentuais nas intenções de voto e sua reeleição é dada como certa para 79% dos franceses, segundo uma pesquisa da Odoxa. 

O risco, segundo os analistas, é que, como já “conhecem” o resultado, os franceses não queiram sair de casa para votar

Neste contexto cada vez mais tenso para os adversários do atual presidente, Zemmour (11,9%) e Pécresse (11,6%) brigam para tirar Marine Le Pen do páreo e ir para o segundo turno contra Macron. 

O face-a-face televisionado entre Valérie Pécresse e Éric Zemmour assumiu o aspecto de uma luta de boxe, um pugilato. Os dois candidatos, em dificuldade nas urnas, estavam ansiosos por marcar pontos, analisa Les Echos

Ataques virulentos

O jornal Le Parisien também descreve o debate televisivo como uma luta de boxe, em clima de extrema tensão com os dois candidatos ao Palácio do Eliseu interrompendo um ao outro constantemente”. O jornal também classificou o debate como “muito virulento”. 

Segundo o diário, foi uma ocasião para Valérie Pécresse mostrar sua experiência política e liderança, uma vez que ela já foi ministra de Estado e presidente da região Île-de-France, onde se encontra a capital francesa, e se distinguir do  adversário, que nunca foi eleito. Ela aproveitou ainda para marcas sua diferença ideológica com o candidato de exterma direita. “Você seria um presidente impotente porque você não está no concreto, você seria um presidente ideológico”, ela atacou.

Em relação a Zemmour, destacou Le Parisien, sua estratégia, sem surpresa, foi de revelar o "jogo duplo" de Valérie Pécresse que, segundo ele, seria "profundamente centrista". “Você é apenas uma tecnocrata, apenas uma gerente, a política lhe escapa”, atacou o candidato da Reconquista!, antes de acrescentar mais tarde: “Tudo é falso com você!".

Para o jornal La Croix, este primeiro encontro presencial entre os dois candidatos permitiu sublinhar as fronteiras entre a direita e a extrema direita no que diz respeito ao cenário internacional, o islamismo e a imigração.

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