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O Mundo Agora

llhas no Pacífico reavivam tensões entre EUA e China

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Enquanto a China está sendo assolada por uma onda de Covid, independentemente de todos os esforços do plano governamental “Covid-Zero”, os EUA voltam a observar a China como o grande adversário geopolítico global. Apesar do foco dos últimos meses estar direcionado à Rússia, Pequim segue sendo o grande adversário americano em disputas por influência pelo globo. 

Embaixada da China em Honiara, Ilhas Salomão, 2 de abril de 2022.
Embaixada da China em Honiara, Ilhas Salomão, 2 de abril de 2022. AP - Charley Piringi
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Em 2019, o pequenino país do Pacifico, Ilhas Salomão, abandonou sua postura de reconhecer Taiwan como a “verdadeira” China, e passou a ter a China continental como o farol das suas relações internacionais na região do Pacífico. De 2019 até hoje, a China vem fazendo investimentos pesados nas Ilhas Salomão, o que atrai grande preocupação dos EUA e de seus aliados regionais Austrália e Nova Zelândia. 

Num amplo acordo sendo preparado entre China e Ilhas Salomão, Pequim poderá enviar soldados para as ilhas e, possivelmente, construir uma base militar no país, que aproximaria muito as capacidades navais chinesas tanto da Austrália e Nova Zelândia, como também do Havaí. 

Na América Latina, a China também obteve importantes ganhos ao longo dos últimos 8 anos. Conseguiu reverter a posição pró-Taiwan de Panamá, República Dominicana e Nicarágua. Existe uma grande preocupação em Washington e em Taipei de que o Paraguai possa vir a ser o próximo país a reconhecer apenas a China continental e abandonar Taiwan como um estado independente. 

Expandir área de influência

À medida que Pequim vem conseguindo reverter o esforço diplomático que Taiwan vem executando desde 1949, cresce o temor americano de que a China conquiste mais áreas de influência em posições-chave no mundo, acrescentando ao Partido Comunista Chinês mais credibilidade e legitimidade perante a comunidade internacional.

Por mais que as Ilhas Salomão não pareçam de grande importância para o público em geral, o governo americano enxerga as ilhas como extremamente estratégicas dentro do cenário de possível conflito com a China na região do Pacífico. Essa semana, dois oficiais de alto escalão do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, visitam o Primeiro-Ministro Manasseh Sogavare em Honiara, capital do país. 

Num último esforço diplomático antes da assinatura de um acordo com a China, os americanos, em parceria com os australianos, certamente oferecerão um pacote de benefícios e “bondades” aos salomônicos, para que eles não ofereçam – de bandeja – uma posição estratégica para a Marinha chinesa. 

Kurt Campbell, principal assessor da região Ásia da Casa Branca, estará em Honiara ao longo dessa semana. O governo chinês já prepara uma visita à capital imediatamente após a ida de Campbell, para jogar seu jogo e tentar selar um acordo o mais rápido possível. Australianos estão mais impacientes e enxergam na movimentação chinesa uma provocação e um claro sinal de tentativa de expansão em uma área onde a Austrália sempre exerceu influência. 

Mesmo com a guerra na Ucrânia a todo o vapor, as peças seguem sendo jogadas na Ásia e no Pacífico, alimentando as tensões entre China e Estados Unidos e aliados. 

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