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A Semana na Imprensa

Como seria um segundo mandato de Emmanuel Macron na França?

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A revista francesa Le Point dedica sua reportagem de capa ao presidente Emmanuel Macron, candidato ainda não oficialmente declarado às eleições de abril na França. Como seria um segundo mandato do dirigente centrista? 

Capa da revista semanal Le Point
Capa da revista semanal Le Point © Reprodução / Le Point
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Em 14 páginas de reportagem, a publicação semanal conta que Macron começou a organizar sua campanha em outubro passado. Ele criou 20 grupos de trabalho com especialistas, assessores, funcionários públicos do alto escalão e executivos do setor privado, que foram encarregados de apresentar ideias para "transformar" a França nos próximos cinco anos. 

Um novo projeto de reforma da Previdência, melhorias nos serviços do Estado para o combate ao desemprego continuam prioritários, mas o principal projeto de Macron para os próximos dez anos é "virar a mesa" no setor da educação, diz um assessor do presidente. Vários ministros e especialistas consideram que elevar a qualidade da educação dos jovens é uma prioridade absoluta, se a França quiser continuar competitiva no cenário mundial. Apesar dos ajustes feitos no atual mandato, o ensino técnico secundário, que recebe 700 mil adolescentes por ano, ainda precisa melhorar muito no país. 

Economistas e tecnocratas que construíram o programa de Macron para a campanha de 2017 estão de volta para esse novo desafio em 2022 e outros foram contratados. Todas as atividades dos 20 grupos de trabalho estão centralizadas nas mãos do secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler, espécie de ministro da Casa Civil no organograma dos governos brasileiros. 

A preferência de Macron em trabalhar com tecnocratas, em detrimento de deputados da chamada "macronia" e de sua base aliada no Parlamento, já provoca reclamações entre políticos. Parlamentares alijados dessa fase de construção do programa, que foram colocados de escanteio com a única missão de manter a base eleitoral e a militância mobilizadas, criticam essa exclusão e a surdez seletiva de Macron para propostas políticas.

Outras 30 personalidades da sociedade civil foram recrutadas para sondar diferentes setores econômicos e profissionais, com o objetivo de checar os pontos positivos do atual governo e assinalar o que escapou da ação presidencial e poderia ser melhorado num segundo mandato.

Ausência de políticos e intelectuais é criticada

Esse jeito de trabalhar com colaboradores externos e centralizando tudo nas mãos do poderoso secretário-geral do Eliseu tem sido visto como um grande erro por, ao menos, dois apoiadores muito próximos do presidente.

A quatro meses do primeiro turno, marcado para 10 de abril, "a exclusão de políticos e intelectuais e a ausência de uma pré-campanha estruturada vão fazer Macron perder a eleição", aposta uma das fontes ouvidas na reportagem da Le Point.

Além dessa previsão pessimista, a revista traz um balanço crítico de seu governo: "Os acertos do presidente, obtidos a crédito e graças a um endividamento desenfreado, têm um caráter eminentemente artificial", conclui a Le Point.

Macron tem ampla vantagem nas pesquisas do primeiro turno

Segundo pesquisa do Ipsos-Sopra Steria publicada nesta sexta-feira (7), Macron segue com ampla vantagem sobre os adversários no primeiro turno. O centrista tem 26% das intenções de voto, contra 17% da segunda colocada, Marine Le Pen, e 16% da adversária de direita, Valérie Pécresse. Os percentuais de Macron e Le Pen são praticamente idênticos aos da pesquisa de dezembro.

O outsider Eric Zemmour, de extrema direita, apontado como o Bolsonaro francês, recua dois pontos e figura com 12% das intenções de voto. À esquerda do espectro político, nenhum candidato alcança 10%.

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