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A Semana na Imprensa

Salman Rushdie lança livro sobre atentado sofrido em 2022 e é destaque na imprensa francesa

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As revistas francesas destacam, esta semana, a publicação do novo livro de Salman Rushdie. Em 12 de agosto de 2022, o escritor sofreu uma tentativa de assassinato enquanto palestrava em uma conferência nos Estados Unidos. O autor de “Versos Satânicos”, que, por conta do livro, foi condenado à morte pelo Irã há mais de 30 anos, lança agora “Faca”, um livro em que detalha o ataque sofrido.

Salman Rushdie, no evento PEN America, em Nova York, em 18 de maio de 2023.
Salman Rushdie, no evento PEN America, em Nova York, em 18 de maio de 2023. © AP - Frank Franklin II
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A revista Le Nouvel Obs traz uma foto de Rushdie na capa, com a mão no queixo e óculos com uma das lentes escuras, escondendo um dos olhos, atingido durante o ataque. A publicação traz ainda trechos do livro, escrito em primeira pessoa, em que o escritor narra de forma minuciosa as agressões que duraram 27 segundos, e os procedimentos pelos quais teve de passar depois.

“Eu recebi muitos golpes, no pescoço, no peito, no olho, por toda a parte. Senti minhas pernas cedendo e desmoronei”, escreve.

Mesmo 32 anos depois da condenação à morte proferida pelo aiatolá Khomeini, Rushdie conta no livro, em trecho reproduzido pelo semanário, que já imaginou algumas vezes que seu assassino surgiria do meio de uma plateia e que correria na sua direção exatamente como aconteceu naquele dia. Assim, quando viu uma figura toda vestida de preto e com uma máscara se precipitar na direção dele, pensou: “Então é você”.

Já a revista Le Point traz uma reportagem com o escritor e detalha, em uma entrevista em formato ping-pong, o processo de preparação do livro “Faca”, a sequência de internações hospitalares, o medo de perder a visão e até mesmo uma conversa imaginária do autor com o homem que tentou matá-lo.  Por fim, Rushdie afirma que a sua “faca é a linguagem”.

“A linguagem é uma faca. Uma faca que pode partir o mundo em dois, revelar significados, mecanismos internos, segredos e verdades. Ela pode denunciar a estupidez, abrir nossos olhos, criar a beleza…”

De acordo com a publicação, Rushdie prepara, junto com a esposa Eliza Griffthis, que é poetisa e romancista, um documentário em que detalha todo o processo após o atentado. Para ele, o fato foi importante demais para não ser documentado. 

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