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Rússia reivindica tomada de cidade no leste da Ucrânia após EUA aprovarem nova ajuda militar a Kiev

A Rússia disse no domingo (21) que assumiu o controle de uma localidade no leste da Ucrânia, a cidade de Bogdanivka, entre Bakhmut e Chassiv Iar, onde tem permanecido na ofensiva nas últimas semanas contra as tropas ucranianas que enfrentam falta de munições. A reivindicação intensifica a pressão russa sobre Chassiv Iar, um dia depois que a Câmara dos Deputados dos EUA votou para aprovar uma nova ajuda militar para Kiev. A tomada de Chassiv Iar daria aos soldados russos a chance de avançar na região.

Ucrânia, na frente oriental, em Chassiv Iar, a pressão russa se intensifica (foto tirada em fevereiro de 2024).
Ucrânia, na frente oriental, em Chassiv Iar, a pressão russa se intensifica (foto tirada em fevereiro de 2024). AP - Efrem Lukatsky
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"Unidades do grupo de tropas sul libertaram completamente a cidade de Bogdanovka na República Popular de Donetsk", disse o Ministério da Defesa russo em um comunicado.

Bogdanivka, uma pequena cidade com menos de 100 habitantes antes da guerra, fica a menos de 10 quilômetros de Chassiv Iar, a cidade-alvo do exército russo após a conquista de Bakhmut, mais a leste, na primavera europeia de 2023.

A cidade de Chassiv Iar, um ponto estratégico na frente oriental, fica a menos de 30 quilômetros a sudeste de Kramatorsk, a principal cidade da região de Donetsk, controlada pelos ucranianos, e um importante centro ferroviário e logístico para o exército ucraniano. A tomada dessa cidade daria aos soldados russos a chance de avançar na região.

O exército ucraniano não mencionou Bogdanivka em seu relatório matinal, mas seus representantes já falaram de uma situação "tensa" na área mais ampla, com as tropas russas "em menor número", de acordo com o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.

O anúncio de Moscou foi feito um dia depois que a Câmara dos Deputados em Washington votou a favor do fornecimento de quase US$ 61 bilhões (mais de R$ 315 bilhões) em ajuda militar e econômica a Kiev.

"Finalmente aconteceu", disse Oksana, uma enfermeira de 50 anos que a AFP encontrou no domingo no centro da cidade de Kiev. "Isso vai ajudar muito", disse ela.

Stepan, um funcionário de 61 anos da empresa ferroviária nacional, espera por entregas "imediatas" de projéteis e munição. "Porque os rapazes estão sofrendo na frente de batalha".

No sábado à noite, o presidente Volodymyr Zelensky estimou que o texto adotado, que ainda precisa passar pelo Senado americano, "salvará milhares e milhares de vidas".

"Essa é uma ajuda muito importante que será sentida por nossos soldados na linha de frente", insistiu. Seu colega americano, Joe Biden, falou de um pacote "crucial" que "fará história".

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Forças ucranianas urgem por apoio

Nas frentes, as forças ucranianas estão com pouca munição e têm dificuldade para recrutar novos voluntários após mais de dois anos de uma guerra que exauriu as tropas e abalou o moral.

A Rússia ainda ocupa quase 20% do território do país e parece estar em uma posição favorável nos últimos meses, após o fracasso da contraofensiva do exército de Kiev no verão europeu de 2023.

No entanto, embora o pacote americano deva permitir que as tropas ucranianas recuperem o fôlego contra um exército russo maior, as primeiras entregas prometidas de projéteis e munição não afetarão os combates "por várias semanas", alertou o Instituto Americano para o Estudo da Guerra em seu último boletim.

Enquanto isso, os russos poderiam aproveitar a janela de algumas semanas para continuar bombardeando a infraestrutura de energia da Ucrânia, além de ataques terrestres, especialmente em Donbass, o alvo prioritário do Kremlin.

O Kremlin já alertou que a nova medida americana não mudará "nada" na linha de frente. A ajuda "enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, no sábado.

Os europeus e americanos querem ver "uma mensagem clara" enviada à Rússia, de acordo com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. Um ataque russo também feriu dois policiais e uma mulher idosa na região sul de Kherson, informou a polícia ucraniana no domingo.

(Com informações da AFP)

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