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Como a inteligência artificial já ajuda Israel a combater o Hamas em Gaza

O exército israelense começou a utilizar uma nova tecnologia militar baseada na inteligência artificial (IA) na sua ofensiva em Gaza, para impedir ataques e identificar espaços subterrâneos do grupo palestino Hamas. A IA ajuda a mapear a vasta rede de túneis utilizados pelos combatentes, disse uma alta fonte da Defesa à AFP.

Soldados israelenses mostram entrada de túnel do Hamas localizado em Khan Yunes, na Faixa de Gaza. (30/01/2024)
Soldados israelenses mostram entrada de túnel do Hamas localizado em Khan Yunes, na Faixa de Gaza. (30/01/2024) AP - Sam McNeil
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No mês passado, o porta-voz do exército, Daniel Hagari, havia dito que as forças israelenses operariam "simultaneamente acima e abaixo do solo". Estas novas ferramentas representam uma boa notícia para a indústria tecnológica israelense, que sofre os impactos da guerra. Em 2022, o setor representava 18% do PIB. Mas desde que o conflito começou, em 7 de outubro, cerca de 8% da sua força de trabalho foi mobilizada para lutar.

“A guerra em Gaza traz geralmente ameaças, mas também oportunidades para testar tecnologias emergentes no terreno”, observa Avi Hasson, diretor-gerente da Startup Nation Central, uma incubadora tecnológica israelense. “No campo de batalha e nos hospitais, algumas das tecnologias utilizadas nesta guerra nunca foram utilizadas antes”, diz ele.

Entretanto, ressalta Mary Wareham, especialista em armas da ONG Human Rights Watch, essas tecnologias não impediram que dezenas de milhares de civis morressem em Gaza. A guerra já deixou quase 28 mil mortos até agora no território palestino, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Hamas.

Em dezembro passado, mais de 150 países apoiaram uma resolução da ONU que identificava “sérios desafios e preocupações” nas novas tecnologias militares, incluindo “inteligência artificial e autonomia em sistemas de armas”.

Rastreador de drones

Como muitos outros conflitos modernos, esta guerra foi marcada pela proliferação de drones baratos, o que facilitou os ataques aéreos. O Hamas utilizou muitos deles, inclusive no dia 7 de outubro, para lançar explosivos.

Israel, cujo sistema Iron Dome intercepta foguetes e mísseis, recorreu a uma nova tecnologia para abatê-los: uma mira ótica com IA, fabricada pela start-up Smart Shooter e colocada em fuzis ou metralhadoras.

“Isso ajuda nossas forças a interceptar drones” porque “transforma qualquer soldado comum, mesmo cego, em um atirador de elite”, disse a fonte da Defesa.

Soldado israelense prepara drone para ser lançado em Gaza. (09/01/2024)
Soldado israelense prepara drone para ser lançado em Gaza. (09/01/2024) AP - Leo Correa
A IA também é usada para uma das prioridades do plano israelense, “aniquilar” o Hamas, ao mapear os inúmeros túneis onde, segundo Israel, combatentes do movimento palestino se escondem e mantêm reféns. A rede subterrânea é tão vasta que é apelidada de “metrô de Gaza” pelo exército de Tel Aviv: pelo menos 1,3 mil caminhos percorrem mais de 500 quilômetros, segundo um estudo recente da academia militar americana de West Point.

Para mapeá-los, Israel usa drones equipados com IA que podem ir para o subsolo, incluindo um modelo feito pela startup israelense Robotican, encapsulado em uma caixa robótica. A ferramenta é usada em Gaza “para penetrar em túneis e ver até onde as comunicações permitem”, segundo a fonte indicou à AFP. Antes da guerra, a tecnologia não permitia que os drones operassem no subsolo devido a problemas de transmissão de imagens, acrescenta.

Embora o conflito levante muitas questões relativas ao respeito dos direitos humanos, também reforçou a posição o de Israel como líder mundial na fabricação de sistemas de defesa avançados.

O Wall Street Journal noticiou, no mês passado, que os Estados Unidos – principais aliados de Israel e que lhe fornecem milhares de milhões de dólares em ajuda militar todos os anos – treinam os seus soldados para abater drones utilizando tecnologia inteligente.

Com informações da AFP

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