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“Não há lugar seguro em Gaza", diz pai de duas meninas mortas em ataque israelense em Rafah

Israel continuou os seus ataques na Faixa de Gaza e matou mais de 120 palestinos em 24 horas, informou o grupo radical  islâmico Hamas neste domingo (4), no momento em que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, está no Oriente Médio para acompanhar negociações para uma possível nova trégua no conflito. 

Soldados israelenses durante operação na Faixa de Gaza, em 4 de fevereiro de 2024.
Soldados israelenses durante operação na Faixa de Gaza, em 4 de fevereiro de 2024. © Israel Defense Forces/Handout via REUTERS
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O exército israelense bombardeou o sul da Faixa de Gaza, onde afirma estarem escondidos os líderes do movimento islâmico. Ataques aéreos atingiram Rafah, cidade onde segundo a ONU há mais de 1,3 milhão de pessoas que fugiram dos combates no território sitiado. 

A perspectiva de um avanço dos militares israelenses em Rafah aumenta a pressão sobre os civis. Os palestinos relataram disparos de tanques e ataques aéreos, incluindo um contra uma casa, que causou a morte de duas meninas. “Não há lugar seguro em Gaza", lamentou Mohammed Kaloub, o pai delas.

As autoridades de saúde palestinas disseram que oito pessoas foram mortas em ataques aéreos das forças israelenses em áreas de Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza, a segunda cidade do enclave onde Israel ainda não implantou seus tanques. 

O exército israelense diz ter matado sete atiradores do Hamas no norte da Faixa de Gaza e ter apreendido armas. As tropas presentes na área tentavam penetrar em dois bunkers, uma missão que o exército diz que pode levar semanas devido aos confrontos. 

"Nós cuidaremos deles" 

Durante a reunião semanal de seu gabinete, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que 17 dos 24 batalhões de luta do Hamas foram desmantelados. Os outros, segundo ele, estão localizados principalmente no sul da Faixa de Gaza, incluindo Rafah, na fronteira com o Egito. 

“Nós cuidaremos deles também”, disse Netanyahu, de acordo com um comunicado de imprensa.  

O Hamas não reporta as suas perdas. Mas a perspectiva de um avanço das tropas de Israel em Rafah aumentou o temor entre centenas de milhares de civis palestinos que tiveram de fugir de suas casas para procurar abrigo na cidade fronteiriça.

Diplomacia

A situação também preocupa o Cairo, que não pretende admitir qualquer afluxo de refugiados palestinos em seu território. 

Na frente diplomática, prosseguem as negociações para chegar a uma segunda trégua, mais longa do que a que permitiu, no final de novembro, a libertação de cerca de uma centena de reféns detidos em Gaza em troca de palestinos detidos por Israel. 

Em viagem ao Médio Oriente, o ministro francês de Relações Exteriores, Stéphane Séjourné, conversou neste domingo com o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi. Segundo a presidência, eles discutiram esforços para tentar um cessar-fogo e a entrega de ajuda humanitária em Gaza. 

Paris também “recusa” qualquer “deslocamento forçado” da população de Gaza bloqueada em Rafah em direção ao Egito, movimento que poderá criar novos refugiados palestinos, sublinhou. 

Novo balanço de vítimas

O Ministério da Saúde do Hamas relatou, neste domingo, um novo balanço de vítimas: 27.365 palestinos foram mortos desde o início da guerra. O órgão estima que 70% das vítimas são mulheres e crianças.   

Israel, por sua vez, afirma ter matado cerca de 10.000 homens armados desde o ataque do Hamas em seu território, em 7 de outubro. 

Mais de 130 reféns ainda estão em Gaza e a sua possível libertação é uma das questões debatidas no âmbito das negociações realizadas com mediação do Egito e do Catar, com o apoio dos Estados Unidos.  

O Hamas apelou ao fim da guerra. Israel exclui essa possibilidade, mas diz que está aberto a uma trégua. 

(Com informações da AFP)

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