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Ataques recentes no Mar Vermelho fazem preço do barril de petróleo subir

Enquanto os mercados de ações e títulos tiveram uma sessão bastante calma nesta segunda-feira (18), os de matérias-primas estão em turbulência, com os preços do petróleo subindo diante das dificuldades de abastecimento através da rota comercial do Mar Vermelho.

No Mar Vermelho, rebeldes huthis atacam navios há algumas semanas, afetando a rota comercial.
No Mar Vermelho, rebeldes huthis atacam navios há algumas semanas, afetando a rota comercial. © AP - Maxar Technologies
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Nas últimas semanas, os rebeldes huthis, próximos do Irã, aumentaram os ataques perto do estratégico estreito de Bab al-Mandeb, que separa a Península Arábica da África. Vários mísseis e drones foram abatidos por navios de guerra americanos e franceses que patrulhavam a área.

Os rebeldes alertaram que terão como alvo embarcações que navegam ao largo da costa do Iêmen com ligações com Israel, em resposta à guerra travada na Faixa de Gaza.

Com isso, o preço do petróleo subiu, impulsionado por preocupações sobre dificuldades de abastecimento através desta rota comercial, depois de vários gigantes mundiais da navegação terem anunciado que os seus navios evitariam o Mar Vermelho.

Entre as grandes empresas afetadas estão a dinamarquesa Maersk, a alemã Hapag-Lloyd, a francesa CMA CGM, a ítalo-suíça MSC e mais recentemente a gigante britânica dos hidrocarbonetos BP e a taiwanesa Evergreen, que anunciaram nesta segunda-feira a suspensão de todo o trânsito no Mar Vermelho.

Por volta das 11h40 no horário de Brasília, o preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em fevereiro subiu 3,33%, para US$ 79,13. Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI) para entrega em janeiro, subiu 3,43%, indo para US$ 73,86.

As ações petrolíferas acompanharam a tendência dos preços dos hidrocarbonetos: a Shell avançou 1,42% em Londres, a TotalEnergies ganhou 1,61% em Paris, a Eni ganhou 1,11% em Milão e a Chevron subiu 1,46% em Nova York.

Apoio aos huthis

O ministro da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em visita a Israel, fez um apelo na segunda-feira pelo fim do “apoio” que, segundo ele, o Irã oferece aos ataques realizados pelos rebeldes huthis contra navios no Mar Vermelho.

“O apoio do Irã aos ataques huthis à navegação comercial deve acabar”, disse Austin num comunicado após conversas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Novo anúncio nesta segunda

A gigante marítima taiwanesa Evergreen anunciou nesta segunda-feira que estava suspendendo as travessias do Mar Vermelho e os embarques de carga de e para Israel com "efeito imediato" devido à "escalada da situação de guerra".

É a mais recente grande companhia marítima a suspender as travessias do Mar Vermelho após ataques de rebeldes huthis na região.

Devido à “escalada da situação de guerra nos últimos dias, a Evergreen suspenderá temporariamente as importações e exportações de carga de ou para Israel devido a riscos crescentes e considerações de segurança, com efeito imediato, até novo aviso”, disse a empresa em nota aos clientes.

Monitoramento internacional

O Mar Vermelho tem sido monitorado de perto pela comunidade internacional há anos: esta “estrada marítima” que liga o Mediterrâneo ao Oceano Índico, por onde circulam cerca de 20 mil navios todos os anos, é uma zona estratégica geopolítica e comercial.

Quarenta por cento do comércio internacional mundial passa pelo estreito que liga o Iêmen, no extremo sudoeste da Península Arábica, ao continente africano.

Com os ataques, as grandes companhias marítimas passaram a contornar a África através do Cabo da Boa Esperança, uma rota mais longa e muito mais cara.

Com informações da AFP

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