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Ucrânia passa por intensos bombardeios russos que em poucos minutos atingiram mais de 10 cidades

Na noite de quinta-feira (28) e na manhã de sexta-feira (29) a Ucrânia passou pela fase mais intensa de bombardeio russo desde a campanha do inverno passado. Este talvez este tenha sido um dos maiores ataques com mísseis desde o início da guerra, segundo o correspondente da RFI em Kiev.

Ataque de míssil do exército russo em Kiev, em 29 de dezembro de 2023.
Ataque de míssil do exército russo em Kiev, em 29 de dezembro de 2023. REUTERS - GLEB GARANICH
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As cidades de Kharkiv, Lviv, Dnipro, Odessa e a capital Kiev foram atingidas durante esta intensificação dos bombardeios nas últimas horas. As autoridades ucranianas anunciaram um número inicial de pelo menos dez mortos e dezenas de feridos.

Nesta sexta-feira, pouco antes das 8h (horário local), explosões foram ouvidas em toda a cidade Kiev, em um nível de intensidade não sentido há vários meses, como explica o correspondente da RFI que está no local, Stéphane Siohan.

Ele conta que durante cerca de vinte minutos, "a defesa antiaérea ucraniana travou um duelo impressionante, com vários mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro em direção a diferentes partes da capital".

"Da minha janela eu vi dois mísseis sendo abatidos. A cerca de 100 metros daqui, em altitude muito baixa e bem próximo das zonas residenciais", descreveu Siohan, acrescentando que colunas de fumaça podiam ser vistas em vários pontos da cidade.

Segundo ele, não é possível ainda saber o alcance dos danos, pois equipes de salvamento ainda estavam em atendimento. Mas ele descreve que nos bairros centrais, um armazém foi incendiado e seus destroços caíram na estação de metrô Lukianivska, que foi fechada pelas autoridades locais.

As informações até agora dão conta de pelo menos dez localidades atingidas pelos novos ataques massivos, segundo Stéphane Siohan.

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Contagem de mortos e feridos

No início da noite, a cidade de Kharkiv também foi atingida de forma particularmente dura pelos mísseis S-300. A situação também foi crítica em Lviv, onde desta vez foram os drones Shahed que atacaram a cidade.

De acordo com as autoridades russas, pelo menos 12 pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas nesses ataques. Espera-se que o número de mortos aumente à medida que as operações de resgate continuem. 

Na manhã de sexta-feira, Yuri Ignat, porta-voz da força aérea ucraniana, disse que pelo menos 18 bombardeiros russos haviam entrado em ação na noite anterior e que as forças russas nunca haviam mirado em tantos alvos em um único ataque.

A Rússia disparou "um número recorde de mísseis" contra a Ucrânia em um dia, disse o porta-voz.

"Este é o ataque de mísseis mais massivo, em geral", disse Yuri Ignat à AFP, acrescentando que essa contagem exclui os primeiros dias da guerra, que registrou ataques "constantes e ininterruptos".

"Cerca de 15 pessoas foram atingidas. Quatro delas morreram" na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), disse seu governador Serguii Lyssak, enquanto as autoridades locais relataram duas mortes em Kiev, duas mortes em Odessa (sul), uma morte em Kharkiv (nordeste) e outra em Lviv (oeste). Os números ainda podem aumentar.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que a Rússia havia disparado "cerca de 110 mísseis" contra seu país. Para as Nações Unidas, essa ofensiva mostra a "horrível realidade" da situação na Ucrânia.

*matéria atualizada com novo número de vítimas

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