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Coreia do Norte anuncia lançamento de satélite militar, desafiando resolução da ONU

A Coreia do Norte informou ao Japão nesta terça-feira (21) que planeja fazer a sua terceira tentativa de lançamento de um satélite militar entre a quarta-feira (22) e 1º de dezembro. O anúncio desafia as advertências de Tóquio, Seul e as resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de utilizar tecnologias de mísseis balísticos.  

Esta foto, fornecida pelo governo norte-coreano, mostra o que diz ser o lançamento do recém-desenvolvido foguete Chollima-1, que transporta o satélite Malligyong-1, no Campo de Lançamento de Satélites
Esta foto, fornecida pelo governo norte-coreano, mostra o que diz ser o lançamento do recém-desenvolvido foguete Chollima-1, que transporta o satélite Malligyong-1, no campo de lançamento de Satélites de Sohae, em 31 de maio de 2023. AP
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A Guarda Costeira japonesa já havia pedido formalmente que a Coreia do Norte abandonasse os preparativos para esse novo lançamento, após tentativas fracassadas em maio e agosto de colocar um satélite militar em órbita.  

Qualquer utilização de tecnologia de mísseis balísticos constituiria uma violação das resoluções das Nações Unidas, alertou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, acrescentando que o Japão coordenava a sua resposta com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, seus parceiros em um acordo de defesa trilateral. 

Em agosto, a Coreia do Norte designou três áreas marítimas susceptíveis de serem afetadas pelo lançamento: duas a oeste da Península Coreana e uma terceira em águas a leste das Filipinas.     

Há semanas, Seul vem alertando que Pyongyang está nos “estágios finais” de preparação do lançamento de um novo satélite espião. O ministro da Defesa sul-coreano, Shin Won-sik, disse no domingo (19) que isso poderia ocorrer ainda esta semana.  

A Coreia do Sul adverte que se Pyongyang insistir na operação, o Exército sul-coreano tomará as medidas necessárias para garantir as vidas e a segurança da população. Na segunda-feira (20), os militares da Coreia do Sul intimaram novamente a Coreia do Norte a suspender “imediatamente” os preparativos para a operação.  

O presidente sul-coreano, Soon Suk Yeol, poderia até mesmo “suspender o acordo militar de 19 de setembro”, disse à AFP Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul. Este acordo, firmado em 2018 durante uma cúpula em Pyongyang, visava reduzir as tensões militares ao longo da fronteira intercoreana, através da criação de “zonas tampão” marítimas.  

Aproximação com a Rússia

Além disso, a recente aproximação da Coreia do Norte com a Rússia preocupa os Estados Unidos e os seus aliados sul-coreanos e japoneses. Seul acredita que Pyongyang esteja fornecendo armas a Moscou em troca de tecnologia espacial russa destinada a colocar em órbita um satélite espião militar. 

No início de novembro, na sequência de uma visita à Coreia do Sul, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também denunciou laços militares “crescentes e perigosos” entre Pyongyang e Moscou.

Apesar das sanções internacionais e dos alertas dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e dos seus aliados, a Coreia do Norte realizou um número recorde de testes de mísseis este ano.

Diante desta situação, Seul, Washington e Tóquio reforçaram a sua cooperação de defesa. Nesta terça-feira, um porta-aviões americano com propulsão nuclear, o USS Carl Vinson, chegou à base naval de Busan, na Coreia do Sul. Trata-se de um reforço da “posição dos aliados em resposta às ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte”, sublinhou a marinha sul-coreana em um comunicado. 

(Com informações da AFP)

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