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Lula reforça críticas à violência de Israel em Gaza; analista destaca ação ‘inútil’ da ONU

Mortes de crianças, ataques contra hospitais e inércia da comunidade internacional em frear ataques em Gaza levam Lula a subir o tom nas críticas contra Israel. Para analista ouvido pela RFI, conflito evidencia ineficácia da ONU em meio a números assustadores, como as 12 mil mortes já registradas.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, em novembro de 2023.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, em novembro de 2023. REUTERS - ADRIANO MACHADO
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a provocar polêmica ao falar sobre o agravamento do conflito na faixa de Gaza. Depois de usar o termo terrorista para falar do Hamas e também da reação militar israelense, Lula disse que o governo de Benjamim Netanyahu dá mostras de querer expulsar de vez palestinos da região

"Essa guerra, do jeito que vai, não tem fim. Estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do Estado palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu", disse o presidente, que voltou a dizer que ações militares de Israel se assemelham a ataques terroristas.

“Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, eu não posso matar as crianças porque eu quero matar o monstro. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças", afirmou Lula. 

O analista internacional, Nelson Gonçalves, disse à RFI que o ataque sofrido por Israel foi gravíssimo e exigia uma resposta, mas que o contra-ataque virou crime de guerra. "Todos sabemos o que aconteceu agora no dia 7 de outubro. O Hamas cometeu um crime contra a humanidade, foi um ato terrorista. Qual foi a reação de Israel? Onze mil imóveis destruídos. O crime cometido pelo Hamas passou a ser pago por toda a população de Gaza. Uma área toda destruída, 12 mil pessoas mortas. Isso é um crime de guerra”, ressaltou Gonçalves

Ele também enfatizou o fracasso da ONU em coibir o avanço de tropas sobre civis. "As Nações Unidas provaram ser absolutamente inúteis nessa situação. Qualquer solução é vetada por alguém. Ninguém espera que a ONU venha a ter um papel razoável na solução desse problema".

A Frente Parlamentar Evangélica, que apoia Israel, estuda obstruir votações no Congresso em reação ao posicionamento de Lula. A Confederação Israelista do Brasil divulgou nota dizendo que falas que igualam os dois lados da guerra são perigosas.

Imagens chocaram Lula

“São mais de 5 mil crianças que já morreram, tem mais 1.250 crianças desaparecidas, que certamente estão embaixo dos escombros, fora a quantidade de mulheres grávidas que vi ontem, que estão antecipando o parto, porque elas têm medo de morrer e os médicos estão fazendo cesariana para ver se as crianças nascem enquanto as mulheres estão bem de saúde, em pleno século 21."

Lula disse que a saída é a garantia de dois estados soberanos e reconhecidos, mas o analista avalia que a escalada da violência torna mais distante o cenário de paz.

“O que esperar daqui para frente? Israel vence essa guerra, porque tem mais força militar, tem apoio americano. Mas os grupos terroristas se reorganizam e Israel pode ser atacada de novo no futuro. E daí pode vir outra reação descomunal. Enfim, o que seria desejável, que é a consolidação de dois estados, parece improvável dadas as atuais circunstâncias”, projetou Nelson Gonçalves.

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