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Xi Jinping recebe Putin como convidado de honra de Fórum Novas Rotas da Seda, em Pequim

O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu na terça-feira (17) em Pequim o seu “amigo”, Vladimir Putin, lançando do terceiro Fórum "Novas Rotas da Seda", num momento em que os olhos do mundo estão voltados para a guerra Israel-Hamas.

O presidente russo Vladimir Putin (e) recebe as boas-vindas do presidente chinês Xi Jinping durante cerimônia do Fórum das Novas Rotas da Seda, em Pequim, China, em 17 de outubro de 2023.
O presidente russo Vladimir Putin (e) recebe as boas-vindas do presidente chinês Xi Jinping durante cerimônia do Fórum das Novas Rotas da Seda, em Pequim, China, em 17 de outubro de 2023. via REUTERS - SPUTNIK
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“O presidente Xi Jinping cumprimentou o presidente Vladimir Putin na sua chegada, os dois líderes tiveram uma breve conversa”, anunciou a diplomacia russa numa mensagem publicada no X (antigo Twitter).

A China receberá representantes de cerca de 130 países até quarta-feira (18) para o Fórum “Novas Rotas da Seda” (oficialmente denominado “Cinturão e Rota”), um grande evento diplomático que tem como convidado de honra o presidente russo. 

Putin realiza sua primeira viagem a uma grande potência mundial desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, que isolou a Rússia no cenário internacional.

O presidente russo visitou apenas o Quirguistão desde o mandado de detenção emitido contra ele, em março, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) – do qual a China não é membro – pela “deportação” de crianças ucranianas.

Putin e Xi reuniram-se na noite de terça-feira na cerimônia de abertura do fórum, de acordo com um vídeo divulgado pelo ministério das Relações Exteriores da Rússia, que mostrava os dois líderes apertando as mãos e trocando gentilezas. Eles também participaram de uma foto em grupo com representantes de outros países.

Intercâmbio com um país da UE

Depois de uma reunião com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que mantém laços com Moscou, apesar da guerra na Ucrânia, Putin sublinhou que era "muito importante poder fazer intercâmbio com um país da União Europeia".

No banquete de abertura, o presidente chinês fez um brinde no qual fez referência aos conflitos geopolíticos, mas afirmou que “as tendências históricas em direção à paz, ao desenvolvimento, à cooperação e aos ganhos mútuos eram irreprimíveis”, segundo a agência oficial New China.

Um encontro entre Putin e Xi está marcado para quarta-feira, em um contexto em que a guerra se intensifica entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas.

Os dois homens “discutirão de forma amigável e franca (…) problemas urgentes de cooperação prática bilateral e da agenda internacional”, explicou o Kremlin.

Os países ocidentais têm apoiado principalmente Israel desde 7 de outubro, quando combatentes do Hamas cruzaram a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Estado judeu para massacrar mais de 1.400 pessoas – a maioria delas civis.

Washington pediu a Pequim para que use a sua “influência” para acalmar a situação na região, onde os bombardeios de retaliação israelenses em Gaza mataram pelo menos 2.750 pessoas, a maioria civis palestinos, segundo as autoridades locais.

Em março, a China patrocinou o acordo para restabelecer as relações diplomáticas entre o Irã – que apoia o Hamas – e a Arábia Saudita.

Pequim também enviará seu responsável pela relação com o Oriente Médio, Zhai Jun, à região esta semana. Nenhum detalhe foi dado sobre sua viagem, mas a televisão estatal CCTV disse que ele pressionaria por um cessar-fogo e negociações de paz.

A Rússia, que tradicionalmente mantém boas relações com as autoridades israelenses e palestinas, pediu um “cessar-fogo imediato” no conflito.   

Críticas dos países ocidentais 

Fortemente sancionada pelos países ocidentais e devido à ofensiva contra a Ucrânia, a Rússia procura reforçar seus já muito estreitos laços com a China, que parece ter ganho vantagem nas suas relações bilaterais — desequilibradas desde o enfraquecimento russo devido à guerra.

Pequim tem sido criticada pelo Ocidente na questão ucraniana. Porque ainda que peça respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, a China nunca condenou publicamente Moscou.

O terceiro Fórum Novas Rotas da Seda representa uma oportunidade para Vladimir Putin e Xi Jinping reafirmarem seu entendimento, mas poucos especialistas esperam grandes anúncios.

“A Rússia está ciente de que a China não quer assinar acordos com grande publicidade”, disse Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center, à AFP. “É a China que tem todas as cartas”, insiste.

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da China se reuniram em Pequim na segunda-feira.

Sergei Lavrov agradeceu à China por ter feito de Vladimir Putin o “convidado principal” do fórum.

Em março passado, o presidente russo recebeu Xi Jinping em Moscou, onde foi defendido um reforço da cooperação econômica e militar para contrariar o que apresentam como hegemonia americana.

A relação pessoal entre os dois homens, que se chamaram mutuamente de "querido amigo", é central na aproximação. 

"O presidente Xi Jinping me chama seu amigo e eu o chamo também de meu amigo", afirmou Putin antes de sua visita, em uma entrevista à TV chinesa. 

(Com AFP)

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