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Na tribuna da ONU, Zelensky acusa Rússia de cometer "genocídio"

Um dos momentos mais aguardados deste primeiro dia de discursos de líderes mundiais na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a primeira aparição presencial do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não entusiasmou a plateia presente. Ele acusou a Rússia de cometer vários crimes, entre eles o de "genocídio".

Em discurso na tribuna da ONU, Zelensky acusou a Rússia de genocídio
Em discurso na tribuna da ONU, Zelensky acusou a Rússia de genocídio © RFI/ Luciana Rosa
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York,

Em um encontro que vem repercutindo pela ausência de líderes de importantes países, como China, Índia, Canadá, França, Reino Unido, uma plateia já cansada e com várias cadeiras vazias ouviu Zelensky dizer que o mundo permitiu à Rússia ser detentora de armas de destruição em massa.

"No entanto, a história mostra que a Rússia era quem mais merecia o desarmamento nuclear durante a década de 1990. E a Rússia merece isso agora. Os terroristas não têm o direito de possuir armas nucleares. Não têm!", exclamou sem despertar muito entusiasmo naqueles que o ouviam.

Zelensky culpou a guerra pela atual política dos preços dos alimentos a nível mundial, dizendo que o controle dos postos do país, constantemente bombardeados, evidenciam "a tentativa da Rússia de transformar a escassez de alimentos no mercado global em uma arma".

O líder ucraniano culpou o Kremlin por manipular a distribuição energética, "transformou o petróleo e o gás em armas para enfraquecer os líderes de outros países". Ele também chamou a atenção para a construção de centrais nucleares de segurança pouco fiáveis, chamando-as de "verdadeiras bombas sujas".

Zelensky reclamou que a segurança e a arquitetura globais não oferecem resposta ou proteção contra uma possível ameaça de radiação.

Como outros chefes de Estado, ele não deixou de falar sobre a crise climática e disse que o aquecimento global e suas consequências poderiam se transformar em “armas de opressão” por parte de líderes mal-intencionados.

Mandado de prisão à Putin

O líder europeu diz que o país tem provas que centenas de milhares de crianças foram raptadas pela Rússia nos territórios ocupados, relembrou o mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional relacionado a estes crimes e que poderia levar Putin à prisão.

"Essas crianças na Rússia são ensinadas a odiar a Ucrânia e todos os laços com as suas famílias são rompidos. Isto é claramente um genocídio", classificou

O presidente ucraniano pediu a união dos países contra o opressor [Rússia]. "É necessária nossa unidade para garantir que a agressão não volte a triunfar", mas frisou que não basta o diálogo a portas fechadas para garantir uma nova era sem guerras, "mas sim uma guerra aberta de todas as nações pela paz"

Por fim, Zelensky disse que vai apresentar os detalhes de uma proposta de paz em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que ocorrerá nesta quarta (20).

"Lançamos o formato de reuniões entre assessores de segurança nacional e representantes diplomáticos. Foram realizadas conversas e consultas importantes em Hiroshima, em Copenhague e em Jeddah, sobre a implementação da fórmula de paz, e estamos preparando uma cúpula de paz global", disse.

Zelensky fechou o discurso dizendo que enquanto a Rússia empurra o mundo para uma “guerra final”, e a Ucrânia está fazendo de tudo para garantir que, após a “agressividade irracional”, ninguém no mundo tente atacar ninguém.

* Esse texto foi atualizado

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