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Repórter assediada em transmissão ao vivo na Espanha: relembre outros casos

As imagens da jornalista espanhola Isabel Balado sendo assediada por um homem enquanto fazia uma transmissão ao vivo em Madrid viralizaram. O agressor foi identificado e detido rapidamente e o caso chamou novamente a atenção para a questão do assédio sexual no contexto profissional, pois esse não é o primeiro episódio do gênero.

A jornalista Isabel Balada foi apalpada por um desconhecido durante uma transmissão ao vivo
A jornalista Isabel Balada foi apalpada por um desconhecido durante uma transmissão ao vivo © Captura de vídeo / Twitter
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Em 2008, quando a jornalista norte-americana Sara Sidner cobria um atentado em Mumbai, na Índia, ela foi agredida verbalmente por um grupo de homens que interromperam uma reportagem ao vivo. Sidner, que era correspondente da rede CNN no país há anos, relatou que foi atacada sexualmente na sequência. “No exato momento em que as luzes se apagaram, começaram a me apalpar e minhas roupas foram rasgadas”, contou a jornalista. “Tinha muita raiva naquele grupo e isso acabou se voltando contra mim. Fiquei muito surpresa”.

Em 2011, durante a chamada “Primavera Árabe”, várias jornalistas foram atacadas quando cobriam manifestações populares. Um dos casos mais emblemáticos foi o de Lara Logan, do canal norte-americano CBS, agredida sexualmente por manifestantes no centro do Cairo. Durante quase 30 minutos, ela foi alvo de dezenas de homens, antes de finalmente ser resgatada por um grupo de mulheres e soldados egípcios.

No mesmo ano, a repórter do canal France 3 Caroline Sinz foi cercada por um grupo de homens também no Cairo, que a separaram de seu produtor e a arrastaram até a praça Tahir, epicentro dos protestos. “Fui agarrada por vários homens e agredida sexualmente na frente de todos, em plena luz do dia”, relatou. “Outras jornalistas sofreram violência, é uma forma de intimidar a imprensa”, analisou.

No ano seguinte, Sonia Dridi, correspondente da France 24, emissora francesa do mesmo grupo que a RFI, também foi agredida sexualmente no final de uma reportagem ao vivo, também na capital egípcia. As imagens mostram um grupo de homens cercando a repórter e a empurrando para fora do foco das câmeras. “Eram dezenas, principalmente jovens, que começaram a me apalpar”, relatou.

A repórter conseguiu escapar e se refugiar em uma lanchonete, após ser socorrida por outros jornalistas, mas conta que sua blusa chegou a ser desabotoada durante o tumulto. "O pior não aconteceu graças a um cinto bastante resistente que eu estava usado", resume a francesa. 

No entanto, esse tipo de agressão não acontece apenas em situações de tensão extrema. Em 2008, durante a Copa do Mundo de futebol, na Rússia, várias jornalistas foram beijadas à força enquanto faziam transmissões ao vivo.

A espanhola Maria Gomez, do canal Telecinco, a colombiana Julieth Gonzalez Theran, do canal alemão DW, a franco-americana Kethevane Gorjestani, também da France 24, ou ainda a brasileira Júlia Guimarães, da rede Globo, foram tocadas ou alvos de beijos forçados quando estavam no ar.

Episódios semelhantes também foram registrados no mundo das artes. Em 2014, a jornalista francesa Dominique Poncet foi alvo de um beijo forçado quando fazia uma reportagem ao vivo durante uma manifestação no Palais de Tokyo, um dos primeiros espaços de arte contemporânea do país. Enquanto apresentava o evento, que fazia parte da Noite Europeia dos Museus, a repórter foi surpreendida por um homem que a beijou na boca e tentou pegar seu microfone, antes de tirar a camisa e começar a se roçar contra a profissional.

Nos estúdios do canal de televisão pública France 3, onde a reportagem era assistida pelo ex-ministro francês da Cultura, Jack Lang, o apresentador tenta fazer piada, dizendo que “trata-se de uma improvisação” e que “isso também é a cultura”. Ao que o ex-ministro responde, aos risos: “é engraçado”.

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