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No Japão, funcionários de loja de departamentos entram em greve, a primeira no país em mais de 60 anos

O Japão registrou nesta quinta-feira (31) uma greve histórica. Desde esta manhã, uma das lojas de departamentos mais movimentadas de Tóquio permaneceu fechada. O movimento social merece destaque porque a última greve neste setor realizada no Japão aconteceu há mais de sessenta anos.

Funcionários da Seibu Ikebukuro protestam contra a venda da loja para um fundo de investimentos americano.
Funcionários da Seibu Ikebukuro protestam contra a venda da loja para um fundo de investimentos americano. AP
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Bruno Duval, correspondente da RFI em Tóquio

A Seibu Ikebukuro pode ser descrita como a versão japonesa da famosa Harrods, de Londres: uma loja de departamentos sofisticada, imensa, com doze andares e muito movimentada com 100 mil clientes por dia. Mas nesta quinta-feira suas portas estão fechadas. Os sindicatos protestam contra a venda da marca a um fundo de investimentos americano, que pretende convertê-la numa loja de produtos eletrônicos.

A última greve no setor aconteceu em 1962 no Japão e o protesto divide opiniões da população da capital. “As lojas de departamentos são serviços essenciais como os correios ou os bancos, então, para mim, nestes setores, as greves deveriam ser proibidas”, acredita um morador. “Entrar em greve é ​​fazer o público em geral como refém”, acrescenta outro habitante de Tóquio.

Entretanto, outros entendem o movimento social. “Uma greve nunca é o ideal, mas essas pessoas lutam para preservar uma certa diversidade comercial. Já existem muitas lojas de eletrônicos em Tóquio», disse uma moradora. Mas há também os que apoiam: “Aplaudo. No Japão, sempre se pede aos funcionários que se prostrem, mas o servilismo nunca fez a humanidade avançar”, disse um entrevistado.

Grevistas mascarados

As paralisações no trabalho são raras no Japão, onde apenas 16% dos funcionários são sindicalizados. Aderir a uma organização sindical, muitas vezes é visto como um sinal de desconfiança em relação ao empregador.

Muitos dos grevistas da Seibu Ikebukuro, que foram entrevistados na televisão, aparecem na tela com os rostos desfocados e as vozes distorcidas para não serem reconhecidos.

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