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Coreia do Norte dispara dois mísseis balísticos em represália a EUA e Coreia do Sul

A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos em direção ao mar, anunciou o Estado-Maior do Exército sul-coreano nesta quarta-feira (19), horas depois da chegada de um submarino americano com ogivas nucleares a Coreia do Sul. 

Imagem do míssil lançado pela Coreia do Norte nesta terça-feria (19).
Imagem do míssil lançado pela Coreia do Norte nesta terça-feria (19). AP - Ahn Young-joon
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Os lançamentos parecem estar relacionados à chegada na terça-feira ao porto sul-coreano de Busan de um submarino nuclear americano. Este foi o primeiro deslocamento deste tipo de embarcação à península desde 1981.

De acordo com a agência de notícias estatal Yonhap, o Estado-Maior de Seul explicou que indicou que os mísseis foram lançados da região de Sunan, em Pyongyang, e percorreram 550 quilômetros antes de caírem no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão.

O comando militar sul-coreano considerou os disparos como "atos de provocação significativa" e uma clara violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra o desenvolvimento do programa armamentista e nuclear da Coreia do Norte.

O Ministério da Defesa do Japão também detectou os mísseis, de acordo com uma mensagem publicada no Twitter.

Este é o último de uma série de testes armamentistas de Pyongyang. Há menos de uma semana, o líder norte-coreano Kim Jong-un supervisionou pessoalmente o disparo do mais novo míssil balístico intercontinental do país, movido a combustível sólido Hwasong-18.

As relações entre as duas Coreias estão em um dos seus piores momentos. Para complicar mais a situação, Kim pediu que seu regime acelerasse o desenvolvimento de armamentos, incluindo armas nucleares táticas.

Em contrapartida, Seul e Washington intensificaram a cooperação na área de defesa, organizando exercícios militares conjuntos com jatos e outro ativos americanos estratégicos.

Turista visita zona desmilitarizada na Coreia do Norte
Turista visita zona desmilitarizada na Coreia do Norte AP - Ahn Young-joon

Soldado americano é detido na Coreia do Norte

Um soldado americano que passou quase dois meses detido na Coreia do Sul está provavelmente sob custódia na Coreia do Norte, depois de atravessar sem autorização a fronteira entre os dois países, anunciaram as autoridades. O lançamento do míssil não parece estar vinculado a esse evento.

O soldado, identificado pelo Exército dos Estados Unidos como Travis King, que está no exército desde 2021, cruzou a fronteira "voluntariamente e sem autorização", afirmou o coronel Isaac Taylor, porta-voz das forças americanas na Coreia.

O Comando das Nações Unidas informou que King estava em uma visita de orientação na Área de Segurança Conjunta (JSA, na sigla em inglês) e acrescentou que acredita que ele esteja sob custódia norte-coreana.

Uma fonte do governo sul-coreano declarou à AFP que "King foi liberado em 10 de julho, depois de passar quase dois meses em uma prisão sul-coreana por acusações de agressão".

A polícia sul-coreana informou que ele foi investigado por agressão em setembro de 2022, mas não foi detido na época.

O canal americano CBS News, que citou funcionários do governo americano como fontes, informou que um soldado de baixa patente estava sendo escoltado para casa por motivos disciplinares, mas que conseguiu deixar o aeroporto e se juntar a um grupo de turistas.

O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou que Washington está "monitorando e investigando de perto a situação".

Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício e não com um tratado de paz, os dois países continuam tecnicamente em conflito, e sua fronteira, muito vigiada, consiste em uma zona desmilitarizada.

Soldados de ambos os Estados trabalham frente a frente na Área de Segurança Conjunta, ao norte de Seul, sob a supervisão do comando das Nações Unidas.

O local é também um popular destino turístico, com centenas de visitantes por dia, do lado sul-coreano.

A Coreia do Norte fechou suas fronteiras no início da pandemia de covid-19, em 2020, e ainda não reabriu as passagens. Também reduziu consideravelmente a segurança em seu lado da zona desmilitarizada.

Relações paralisadas

O incidente ocorre em um momento em que as relações entre as duas Coreias são mínimas. A ação diplomática está paralisada e Kim Jong-un ordenou o desenvolvimento armamentista de seu país, incluindo armas nucleares táticas.

Apesar da tensão, a zona desmilitarizada é habitualmente tranquila. Em 1976, dois soldados americanos foram mortos por norte-coreanos devido a uma disputa por uma árvore.

 A última deserção na JSA aconteceu 2017, quando um soldado norte-coreano dirigiu um veículo militar e cruzou a fronteira, apesar dos tiros de seus colegas de exército.

Com informações da AFP

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