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Nobel da Paz em 1989, líder tibetano Dalai Lama se desculpa após pedir a criança que chupe sua língua

O Dalai Lama, líder espiritual tibetano, desculpou-se nesta segunda-feira (10) a um menino por ter pedido a ele para "chupar sua língua" há algumas semanas, durante um ato público. A cena foi registrada em um vídeo que causou fortes reações nas redes sociais.

Dalai Lama em Washington, em foto de arquivo de junho de 2016.
Dalai Lama em Washington, em foto de arquivo de junho de 2016. 路透社
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"Sua Santidade gostaria de pedir desculpas ao menino e sua família, bem como a seus muitos amigos ao redor do mundo, por qualquer dor que suas palavras possam ter causado", dizia um comunicado publicado em sua conta oficial no Twitter, que tem 19 milhões de seguidores.

"Sua Santidade costuma provocar as pessoas que conhece de maneira inocente e brincalhona, mesmo em público e na frente das câmeras. Ele lamenta esse incidente", continua o tuíte. 

Em um vídeo do ocorrido, que se tornou viral, o Dalai Lama, de 87 anos, mostra a língua para a criança, claramente desconcertada, logo após perguntar: "Você pode chupar minha língua?", provocando risos no público.

O vídeo foi filmado em 28 de fevereiro, durante uma audiência do Dalai Lama em McLeod Ganj, subúrbio de Dharamsala, no norte da Índia, onde ele vive exilado desde o fracassado levante tibetano contra o poder chinês em 1951.

Nojo e machismo

Os usuários da Internet chamaram sua atitude de "nojenta" e "absolutamente inapropriada".

“O que acabei de ver? Como essa criança deve estar se sentindo? Nojento", disse o seguidor no Twitter Rakhi Tripathi.

"Estou totalmente chocada ao ver o #DalaiLama aparecer assim. No passado, ele também teve que se desculpar por comentários machistas. Mas dizer: 'Agora chupe minha língua' para um garotinho é nojento", escreveu Sangita, outra seguidora no Twitter.

Em 2019, o Dalai Lama se desculpou por dizer que se uma mulher o sucedesse, ela teria que ser "atraente". Essa observação, feita em entrevista à BBC, causou polêmica.

O Dalai Lama personifica universalmente o movimento pela autonomia tibetana, mas a aura internacional da qual se beneficiou quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989 murchou, e o grande número de convites que lhe foram dirigidos por líderes, personalidades e estrelas de todo o planeta diminuiu muito.

Esta perda de interesse explica-se em parte pela idade do monge, que teve de limitar as suas viagens, mas também pela crescente influência econômica e política da China.

Lobo em manto de monge?

Pequim o acusa de querer dividir a China e o chama regularmente de "lobo em manto de monge".

Um livro publicado em 2022 na França denunciava a "lei do silêncio" sobre "abusos graves" dentro da religião budista tibetana, incluindo violência sexual, privações e corrupção financeira, além de culpar a omissão e a inação do Dalai Lama e do monge francês Matthieu Ricard, o principal tradutor do líder tibetano no país.

O canal de televisão franco-alemão Arte exibiu na época um documentário dedicado ao tema, que abalou as estruturas do budismo em todo o mundo.

(Com informações da AFP)

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