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5 milhões de menores de 5 anos morreram em 2021 no mundo de causas que poderiam ter sido evitadas

Apesar de as crianças terem mais chances de sobreviver hoje que nos anos 1990, as desigualdades persistem. O número de mortes ainda é muito significativo, principalmente na África, se considerados os progressos na área da saúde, alerta um relatório da ONU publicado nesta terça-feira (10).

Faouzia Souleymane, um bebê malnutrido de 8 meses, recebe um complemento nutricional, no Centro de Recuperação e Educação Nutricional e Interna da Unicef, em Tahoua, Niger.
Faouzia Souleymane, um bebê malnutrido de 8 meses, recebe um complemento nutricional, no Centro de Recuperação e Educação Nutricional e Interna da Unicef, em Tahoua, Niger. © UNICEF
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Em 2021, de 5 milhões de crianças que morreram no mundo antes de completar 5 anos, quase metade (2,3 milhões) eram recém-nascidos e 1,4 milhão tinha menos de um ano. Segundo o documento da ONU, uma criança ou um jovem morreu a cada 4,4 segundos em 2021.

Ainda que a mortalidade mundial dos menores de 5 anos tenha diminuído no mundo em 59%, desde 1990, os números são alarmantes. As mortes, na maioria dos casos, poderiam ter sido evitadas com a melhora dos cuidados no momento do nascimento, com a devida vacinação, uma alimentação correta e acesso à água potável.

As doenças transmissíveis e infecciosas continuam sendo as principais causas de morte dos menores de 5 anos, enquanto ferimentos (não intencionais e intencionais) são as causas mais importantes de mortalidade evitável nas crianças, adolescentes e jovens de entre 5 e 24 anos.

Marcador de desenvolvimento

Marcador essencial do desenvolvimento da sociedade, a boa saúde das crianças, desde o nascimento, e a melhora das taxas de sobrevivência, fazem parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) fixados pelos estados-membros da ONU, na agenda 2030.

Sem uma ação urgente para reverter o número de mortes dos menores de 5 anos, mais de 50 países não alcançarão o objetivo (uma média de 25 mortes por 1.000 nascimentos) e mais de 60 países faltarão igualmente o objetivo da queda da mortalidade neonatal.

Desigualdade segundo o lugar de nascimento das crianças

Sem surpresa, o relatório mostra desigualdades entre países. As crianças que nascem na África subsaariana estão expostas ao risco de morte infantil mais elevado no mundo em 2021: 74 por 1.000 nascimentos. O número é 15 vezes mais elevado que o de crianças europeias ou norte-americanas e 19 vezes maior que na Austrália e na Nova Zelândia.

Bebês que nascem na Ásia central também estão mais expostos que europeus e norte-americanos, com 22 mortes por 1.000 nascimentos. Essas desigualdades começam desde cedo, com taxas de mortalidade de recém-nascidos que seguem a mesma tendência.

Nos países da América Latina e Caribe, as mortes tiveram uma redução de 71% entre 1990 e 2021, passando de 55 a 16 por 1.000. A média do Brasil fica entre 10 e 25 mortes para cada 1.000 nascimentos, a mesma de países com PIB bem inferiores como Peru e Bolívia, e em crise, como a Venezuela.

Crianças que vivem em regiões atingidas por conflitos são particularmente vulneráveis.

O documento da ONU também mostra progressos em países que conseguiram reverter a curva da mortalidade, apesar de recursos econômicos limitados, como Eritreia, Etiópia, Malawi e Uganda, na África, e Bangladesh, Mongólia e Uzbequistão. Estes países tiveram uma redução de mais de 75% do número de mortes entre os menores de 5 anos desde 1990.

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