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Covid: China preocupa o mundo com mais de 500 subvariantes da ômicron em circulação

A situação epidêmica na China, onde o número de casos de coronavírus está explodindo após o súbito abandono da política de “Covid zero”, se tornou uma preocupação mundial. Perante o receio de ver surgir novas variantes, uma reunião da Comissão Europeia foi convocada para esta quinta-feira (29).

Chineses acompanham seus parentes doentes ao pronto-socorro do hospital em Bahzou, norte da China, em 22 de dezembro de 2022.
Chineses acompanham seus parentes doentes ao pronto-socorro do hospital em Bahzou, norte da China, em 22 de dezembro de 2022. © Dake Kang / AP
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Com informações de Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim e AFP

Quanto mais vírus circulam, mais eles sofrem mutações, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). E a subvariante BF.7 está circulando a toda velocidade agora na China. Desde o abandono da política de prevenção e controle no início do mês, a subvariante da ômicron infectou metrópoles chinesas rapidamente.

Alguns estão preocupados com os riscos para uma população idosa parcialmente imunodeprimida, após três anos de fechamento do país e a falta de informação sobre a epidemia, sabendo que desde domingo (25) a Comissão Nacional de Saúde deixou de publicar o relatório diário de infecções.

Mas esta suposta falta de transparência foi contestada na tarde desta quinta-feira por Wu Zunyou, epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças. "Sempre que detectamos uma nova cepa, colocamos online o mais rápido possível, compartilhamos na plataforma da OMS, inclusive para esta epidemia, onde detectamos nove cepas de ômicron em circulação no momento. Não mantemos nada em segredo. Compartilhamos todo o nosso trabalho com o mundo”, se defendeu Zunyou em coletiva de imprensa.

Na semana passada, o diretor de controle viral do Centro Chinês de Controle de Doenças, Xu Wenbo, anunciou que os hospitais do país coletariam amostras de pacientes e enviariam informações de sequenciamento genético para um novo banco de dados nacional, permitindo que as autoridades monitorassem possíveis novas cepas em tempo real.

Segundo ele, mais de 130 derivados da variante ômicron foram detectados nos últimos três meses na China. Entre eles, estão XXB e BQ.1 e suas subvariantes, que estão se espalhando nos Estados Unidos e em partes da Europa.

Xu observou, porém, que BA.5.2 e BF.7 continuam sendo os principais derivados da ômicron detectados na China.

"Terreno fértil"

A explosão de infecções na China ameaça criar um "potencial terreno fértil" para novas variantes do vírus - alertam especialistas em saúde.

Com o vírus circulando quase livremente entre uma população de 1,4 bilhão de pessoas, a maioria sem imunidade por infecção anterior e muitos não vacinados, há temores de que a China se torne o berço de novas variantes.

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O diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra, Antoine Flahault, disse à AFP que cada nova infecção aumenta a chance de mutação do vírus. "O fato de 1,4 bilhão de pessoas serem expostas ao SARS-CoV-2 obviamente cria condições para variantes emergentes", comentou Flahault sobre o vírus que causa a Covid-19.

Bruno Lina, professor de virologia da Universidade de Lyon, declarou ao jornal francês La Croix que a China se tornaria um "potencial criadouro do vírus".

Já Soumya Swaminathan, que até novembro era a principal cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), destacou que grande parte da população chinesa é vulnerável ao contágio, em parte porque muitos idosos não foram vacinados. "Precisamos monitorar qualquer variante de interesse", disse ao site do jornal Indian Express.

Já Flahault observou que "uma sopa" de mais de 500 subvariantes da ômicron foram identificadas nos últimos meses, embora seja difícil dizer onde cada uma surgiu.

"Qualquer variante quando é mais transmissível que a dominante anterior, como BQ.1, B2.75.2, XBB, CH.1 ou BF.7, definitivamente representa ameaças, porque pode causar novas ondas", explicou.

"Mas, até onde sabemos, nenhuma dessas variantes conhecidas parece apresentar riscos particulares de sintomas mais graves, embora esse possa ser o caso de novas variantes no futuro", acrescentou.

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