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COP 27: Biden pede que "todos os países façam mais" pelo clima

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que "todos os países façam mais" para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa diante de uma crise climática que ameaça a "vida do planeta", durante uma breve parada na sexta-feira na COP27. O líder democrata desembarcou nesta sexta-feira (11) no evento, onde apresentou o colossal plano de investimento climático americano como um exemplo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na COP27, em Sharm el-Sheikh, Egito, 11 de novembro de 2022. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany REFILE - QUALITY REPEAT
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na COP27, em Sharm el-Sheikh, Egito, 11 de novembro de 2022. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany REFILE - QUALITY REPEAT REUTERS - MOHAMED ABD EL GHANY
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Para os países pobres e mais afetados pelas mudanças climáticas, no entanto, a visita de Biden era esperada com expectativa de novidades sobre ajuda financeira insuficiente aos que estão na linha de frente dos efeitos do aquecimento global.

"A crise climática diz respeito à segurança dos seres humanos, à segurança econômica, à segurança nacional e à própria vida do planeta", afirmou o presidente americano em Sharm el-Sheikh, no Egito, listando os desastres relacionados ao clima que se multiplicaram nos últimos meses em todo o mundo. A guerra na Ucrânia "só reforça a urgência de o mundo sair da dependência dos combustíveis fósseis", acrescentou.

"Todos os países devem fazer mais. Nesta reunião, devemos renovar e elevar nossas ambições climáticas", insistiu o líder americano, enquanto os compromissos atuais dos vários países deixam o planeta na trajetória de um aquecimento global catastrófico de 2,8°C, segundo a ONU.

Biden ainda assegurou que os Estados Unidos cumpririam seu objetivo de reduzir as emissões de 50% a 52% em 2030 em relação aos níveis de 2005.  

Os Estados Unidos terão um cheque climático de US$ 370 bilhões, o maior orçamento para o meio ambiente já assinado no país. "Estamos vivendo uma década decisiva. Que este seja o momento em que respondemos juntos ao chamado da história", tuitou o presidente poucas horas antes de sua chegada a Sharm el-Sheikh, no Egito, onde acontece a cúpula global do clima.

O tempo para agir está se esgotando, pois as emissões de gases de efeito estufa provenientes da combustão de combustíveis fósseis, dos quais os Estados Unidos são o maior produtor e consumidor mundial, voltarão a atingir níveis recordes em 2022, segundo um relatório publicado nesta sexta-feira.

Adiantamento para a África

O presidente americano também foi cobrado sobre ações de solidariedade financeira aos países mais afetados pelas mudanças climáticas. Washington ainda não honrou seus compromissos como parte da promessa das nações ricas de fornecer US$ 100 bilhões anuais de financiamento aos mais pobres para combater as emissões e se adaptarem às mudanças climáticas. Biden se comprometeu com uma contribuição de US$ 11,4 bilhões, promessa que uma futura maioria republicana no Congresso americano poderia bloquear.

"Como adiantamento", Biden prometeu US$ 150 milhões para projetos de adaptação na África, mas se absteve de mencionar as "perdas e danos" já sofridos pelos países pobres na linha de frente das mudanças climáticas. Ele reiterou, no entanto, a posição americana de buscar mobilizar o setor privado diante de um desafio apresentado como global e que exigirá "trilhões" de investimentos.

"O compromisso do presidente de ser um parceiro e solidário em todo o mundo é claro. Ele tem sido constante nesse ponto", disse o assessor climático da Casa Branca, Ali Zaidi, a repórteres. "Seja os Estados Unidos, a China ou qualquer outro, devemos enfrentar esta grave crise e agir com urgência e determinação para reduzir rapidamente as emissões", completou Zaidi.

“As ações ambiciosas do presidente Biden em casa devem agora ser acompanhadas por investimentos igualmente robustos para promover a ação climática no exterior”, disse Ani Dasgupta, diretora do World Resources Institute.

O presidente dos EUA também teve um encontro com seu colega egípcio Abdel Fattah al-Sissi. De acordo com a Casa Branca, eles discutiriam a questão dos direitos humanos e o destino de Alaa Abdel Fattah, blogueiro pró-democracia preso e em risco de vida, após sete meses de greve de fome.

(Com informações da AFP)

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