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Rússia confirma retirada de Lyman, cidade estratégica para avanço das tropas ucranianas no leste

As forças armadas russas anunciaram, neste sábado (1), a retirada da cidade de Lyman, um dos redutos da ocupação do exército de Moscou. A cidade é usada há meses como base para as tropas das forças russas.

Estrada perto da cidade ucraniana de Lyman, que leva aos locais de combate na região.
Estrada perto da cidade ucraniana de Lyman, que leva aos locais de combate na região. © RFI/Anissa El Jabri
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O anúncio aconteceu pouco depois das forças ucranianas divulgarem a retomada do controle de Lyman. A cidade está situada na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, anexada na véspera por Moscou.

Segundo um comunicado do Ministério da Defesa russo, as tropas aliadas, após o cerco, se retiraram de Lyman para "linhas de frente mais favoráveis." 

Após a retomada de cinco cidades da região, Serhiy Cherevatyi, porta-voz das forças ucranianas, citado pela agência Interfax-Ukraine, disse que entre 5.000 e 5.500 russos estavam entricheirados na região de Lugansk.  

O governador ucraniano de Lugansk, Serguii Gaidai, afirmou que os soldados russos de Lymam "tinham três opções: fugir, morrer todos juntos ou se render". 

Pouco antes do anúncio oficial das forças ucranianas, diversos vídeos autênticos mostraram a chegada das forças pró-Kiev à cidade. Um deles foi filmado por Illia Ponomarenko, jornalista independente de Kiev.

Na sexta-feira (30) à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comemorou os "resultados significativos" da contraofensiva das tropas no leste, levando os russos a se retirarem de diversos territórios conquistados.

Soldados ucranianos perto de Lyman, no leste da Ucrânia, em 28 de abril de 2022
Soldados ucranianos perto de Lyman, no leste da Ucrânia, em 28 de abril de 2022 AFP - YASUYOSHI CHIBA

Base logística

Denis Pouchiline, líder separatista pró-russo, reconheceu que as tropas russas presentes em Lyman enfrentavam uma situação difícil. A derrota de Moscou na cidade é uma das mais importantes para Kiev, que vem se impondo no campo de batalha desde setembro com ataques no sul e no leste da Ucrânia.

A cidade de Lyman, que antes tinha 20 mil habitantes e hoje está deserta, foi tomada pelas forças russas em maio. É nela que está situado o principal anel ferroviário da região de Donetsk, no Donbass, anexado pela Rússia após um referendo realizado na semana passada. As tropas russas também usavam a cidade como base logística para receber armas usadas nas frentes de batalha da região. 

Kiev espera recuperar o armamento confiscado após a expulsão dos russos. A retomada de Lyman é estrategicamente importante para avançar no leste da região e, principalmente, Lugansk, ainda ocupada, em sua maioria, pelo exército russo.

O líder checheno Ramzam Kadirov e o presidente russo, Vladimir Putin, em 2020
O líder checheno Ramzam Kadirov e o presidente russo, Vladimir Putin, em 2020 AFP - MIKHAIL KLIMENTYEV

Líder checheno pede uso de armas nucleares

O líder checheno Ramzam Kadirov disse neste sábado que Moscou deveria analisar a utilização de "armas nucleares menos potentes", após a derrota em Lyman.

Em uma mensagem no Telegram, Kadirov afirmou que "medidas mais radicais deveriam ser tomadas, incluindo a lei marcial nas zonas fronteiriças. "A Rússia possui o maior arsenal atômico do mundo, com vários tipos diferentes de armas.

Os corpos de 20 civis foram encontrados após o ataque contra um comboio de veículos perto da localidade de Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, informou neste sábado o governador de Kharkiv.

"De acordo com informações preliminares, 20 pessoas morreram em seus carros", afirmou o governador Oleg Sinegubov em uma mensagem no Telegram. "Os ocupantes [russos] atacaram os civis que tentavam fugir dos bombardeios. É uma crueldade que não tem justificativa", acrescentou.

As forças russas foram acusadas de torturar e assassinar civis nas zonas ocupadas em vários momentos durante os sete meses de guerra.

(RFI e AFP)

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