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Lavrov: se anexados, territórios ucranianos receberão "proteção total" da Rússia, inclusive nuclear

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, garantiu neste sábado (24) que as regiões ucranianas onde são realizados referendos de anexação pela Rússia receberão "proteção total de Moscou", antecipando o risco de escalada no conflito e a possibilidade do uso de armas nucleares após os resultados da votação.

Serguei Lavrov concedeu uma coletiva de imprensa após discursar no palanque da ONU, neste sábado (24).
Serguei Lavrov concedeu uma coletiva de imprensa após discursar no palanque da ONU, neste sábado (24). AP - Jason DeCrow
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Serguei participou do encerramento da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde discursou. Ele reiterou informações falsas de que o governo de Kiev “não é legítimo” e é “composto por neonazistas”, e criticou os Estados Unidos.

“Hoje, os países soberanos estão preparados para defender os seus interesses nacionais, mas os processos geopolíticos não são aceitos por Washington e pelas elites dos países ocidentais submetidos aos Estados Unidos. Os americanos e seus aliados querem parar o caminho da história”, declarou o chanceler. “Ao se proclamarem vencedores da Guerra Fria, também se proclamaram donos do mundo.”

Desde sexta-feira (23) e até esta terça (27), Moscou organiza referendos nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e em Kherson e Zaporíjia, controladas pelas tropas russas, ao sul. A votação, denunciada como sendo uma farsa pelos ocidentais, visa a legitimar a anexação desses territórios pela Rússia, após o início da invasão ao país, em fevereiro.

O governo ucraniano afirma que a população destes locais está sendo forçada a ir votar e não pode se deslocar enquanto durar a votação.

Ameaça nuclear

Após o discurso, Lavrov foi questionado pela imprensa se a Rússia estaria disposta a usar armas nucleares para defender as regiões anexadas. Ele respondeu que "todas as leis, doutrinas, conceitos e estratégias da Federação Russa se aplicarão ao conjunto do seu território", inclusive naqueles que forem "integrados posteriormente".

“Depois destes referendos, a Rússia respeitará, claro, a expressão da vontade dessas pessoas que sofrem há anos os abusos do regime neonazista [ucraniano]”, disse o ministro russo.

Na sequência, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que os comentários de Lavrov foram “irresponsáveis” e “totalmente inaceitáveis”.

“A Ucrânia não vai ceder. Nós pedimos a todas as potências nucleares a se exprimir e a fazer a Rússia compreender que essa retórica coloca o mundo em perigo, e não será tolerada”, salientou, pelo Twitter. Kuleba pediu a realização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre os referendos, cujos resultados não serão reconhecidos pelos países ocidentais.

Com informações da Reuters

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