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EUA e Rússia tentam negociar acordo nuclear iraniano, apesar da guerra na Ucrânia

Em plena guerra na Ucrânia, Rússia e Estados Unidos tentam estabelecer um diálogo em uma outra frente diplomática: relançar o acordo nuclear iraniano. Neste sábado (5), Moscou pediu garantias a Washington de que as sanções ocidentais que visam a Rússia não abalarão a cooperação do país com Teerã.

Presidente da Organização Iraniana da Energia Atômica, Mohammad Eslami (d), recebe Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, em Teerã. (05/03/2022)
Presidente da Organização Iraniana da Energia Atômica, Mohammad Eslami (d), recebe Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, em Teerã. (05/03/2022) AP - Vahid Salemi
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“Há problemas do lado russo”, advertiu o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov, em uma coletiva de imprensa sobre o tema. “Nós pedimos aos nossos colegas americanos garantias escritas de que as sanções não afetarão o nosso direito a uma livre e completa cooperação comercial, econômica, de investimentos e técnico-militar com o Irã”, explicou o chanceler, enquanto os países envolvidos no acordo sobre o programa nuclear iraniano e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se esforçam para salvar o tratado, firmado em 2015.

O compromisso encontra-se paralisado desde 2018, quando o ex-presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acerto e restabeleceu sanções contra o Irã, que, em resposta, abandonou progressivamente os compromissos que havia aceitado. Neste sábado, o diretor-geral da AIEA iniciou uma visita a Teerã para uma série de conversas, na esperança de relançar o acordo.

Difícil retomada do diálogo

As divergências entre Estados Unidos e Rússia sobre a Ucrânia, entretanto, colocam o processo em xeque. Lavrov denunciou “a avalanche de sanções agressivas adotadas pelo Ocidente contra Moscou”, após a ofensiva militar russa contra Kiev. O chanceler pediu “respostas muito precisas” do secretário de Estado americano, Anthony Blinken, a respeito do impacto das sanções internacionais na relação russo-iraniana.

O acordou nuclear iraniano foi concluído entre Teerã e as potências nucleares (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China), além da Alemanha, com vistas a impedir o país de fabricar uma bomba atômica e manter o seu programa nuclear exclusivamente para uso civil. Lavrov avaliou que “a esmagadora maioria das questões” envolvidas no tratado “são objeto de um acordo” entre as partes, mas “nossos colegas iranianos pedem esclarecimentos que nós consideramos legítimos”, disse.

Explicações de Teerã

O correspondente da RFI em Teerã, Siavosh Ghazi, informa que a visita de Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, visa pedir explicações sobre quatro locais não declarados por Teerã, nos quais foi encontrado urânio enriquecido, fundamental para a utilização comercial ou civil do elemento. Grassi espera que as respostas do governo iraniano “facilitarão as negociações”.

A agência, ligada à ONU, e o governo iraniano declararam, neste sábado, querer resolver de forma “pragmática” as questões que permanecem em suspenso. Rossi encontrou-se com o ministro das Relações Exteriores do país, Hossein Amir-Abdollahian, e com o presidente da Organização Iraniana da Energia Atômica, Mohammad Eslami.

Com informações da AFP

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