Moeda russa sofre 30% de desvalorização após sanções do G7 e da UE
A Bolsa de Valores de Moscou adiou a abertura de suas operações nesta segunda-feira (28) depois que o rublo, a moeda russa, sofreu uma desvalorização de 30% diante do dólar nas transações internacionais. A queda do rublo é uma das consequências das duras sanções adotadas pelos países do G7 e pela União Europeia contra o governo de Vladimir Putin, em retaliação à invasão da Ucrânia.
Publicado em:
O rublo registrou uma queda histórica nas transações internacionais, cotado a 119,50 em relação ao dólar. O Banco Central russo aumentou sua taxa de juros para 20% – uma correção de 10,5 pontos – para enfrentar essa desvalorização da moeda e as duras sanções econômicas impostas pelos ocidentais.
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia chegaram a um acordo, no domingo (27), para bloquear as transações financeiras do Banco Central da Rússia, limitando o acesso às reservas internacionais ou ativos financeiros que a instituição mantém no exterior. Do total de mais de US$ 600 bilhões que a Rússia possui em reservas, cerca de 300 bilhões, em dólares e euros, ficarão bloqueados e não poderão ser usados por Putin para financiar sua máquina de guerra.
O Banco Central Europeu (BCE) constatou a "falência ou provável falência" da filial europeia do banco russo Sberbank, um dos maiores do país, devido a saques "significativos" em meio à tensão geopolítica. Houve uma saída repentina de depósitos nas filiais da instituição na Croácia e na Eslovênia, segundo o BCE.
O Exército da Ucrânia informou na manhã de hoje que Moscou reduziu o ritmo da ofensiva, no quinto dia da invasão ao país. "Os ocupantes russos diminuíram o ritmo da ofensiva, mas ainda estão tentando obter sucesso em algumas áreas", indicou o Estado-Maior ucraniano, em um comunicado. Delegações de Moscou e Kiev se reúnem para um diálogo na fronteira de Belarus.
Sanções históricas
O anúncio feito por Vladimir Putin neste domingo (28), de que colocou em alerta a força de dissuasão nuclear do país, provocou um clamor mundial e levou a União Europeia a tomar uma decisão histórica de fornecer armas à Ucrânia, que resiste heroicamente à invasão russa. Entre as duras sanções anunciadas no fim de semana pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Bruxelas decidiu liberar € 450 milhões para financiar a compra e a entrega de armas a Kiev, inclusive aviões de caça, assim como € 50 milhões adicionais para a aquisição de insumos não letais, como material médico, por exemplo. Os europeus também vão fechar o espaço aéreo do bloco a aeronaves russas e baniram as atividades das mídias estatais russas RT (canal de TV Russia Today) e Sputnik e suas filiais, acusadas de contribuir para a desinformação na Europa.
Quanto à Suíça, seu presidente Ignazio Cassis disse no domingo que era "provável" que o país, embora neutro, também decidisse congelar os bilhões de ativos russos que detém. O Canadá anunciou no domingo que estava enviando equipamentos de proteção militar para o Exército ucraniano, horas depois de seu espaço aéreo ter sido fechado para aeronaves russas.
A UE também imporá novas sanções contra o governo de Belarus, proibindo as exportações dos "setores econômicos mais importantes" do regime de Minsk, que é "cúmplice" na invasão russa.
Depois de intensos combates no fim de semana, as autoridades de Kharkiv (1,4 milhões de habitantes) disseram ter recuperado o controle da cidade, a segunda maior da Ucrânia, que havia sido invadida por blindados russos. O Exército ucraniano mantém o controle sobre Kiev, apesar de a capital estar cercada pelos russos.
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro