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Universitárias afegãs terão que usar niqab e não poderão ter aulas com homens, decreta Talibã

O Talibã no poder no Afeganistão ainda não anunciou o governo, mas já determinou novas regras para que estudantes possam frequentar as universidades. A posição do movimento islâmico sobre os direitos das mulheres é uma das questões mais esperadas pela comunidade internacional, devido às lembranças brutais do passado. 

Mulheres afegãs se manifestam em defesa de seus direitos, em Herat, Afeganistão, em 2 de setembro de 2021.
Mulheres afegãs se manifestam em defesa de seus direitos, em Herat, Afeganistão, em 2 de setembro de 2021. AFP - -
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As estudantes afegãs terão que usar uma abaya – um vestido longo usado pelas muçulmanas – preta e um véu, o niqab, que cobre o rosto deixando apenas os olhos à mostra. As aulas não serão mistas, segundo um decreto publicado pelo novo regime talibã às vésperas da reabertura das universidades particulares no país.  

Além disso, as mulheres inscritas nestes estabelecimentos terão que sair da sala cinco minutos antes dos estudantes homens e aguardar, em salas de espera, até que eles deixem o local, de acordo com o decreto que tem data de sábado (4) e foi publicado pelo ministério do Educação superior.

As universidades terão também que “recrutar professoras para as estudantes”, ou tentar contratar “professores idosos” cuja moralidade tenha sido testada.

Progresso?

Durante o primeiro governo do movimento islâmico entre 1996 e 2001, a regra de aulas não mistas entre homens e mulheres impediu que grande parte das afegãs estudassem. O uso da burqa – um véu longo que cobre completamente o corpo, com uma tela que dissimula os olhos – era obrigatória.

A propósito das turmas não mistas, um professor universitário que preferiu manter o anonimato, diz que “vai ser complicado de um ponto de vista prático. Não temos suficiente professores nem salas de aula para separar as meninas” dos meninos, diz. “Mas o fato deles permitirem às mulheres irem à escola e à universidade é, em si, uma etapa importante e positiva”, analisa.

Antes da volta dos talibãs ao poder, as universitárias afegãs podiam assistir aos cursos em salas mistas e a seminários ministrados por homens.

Mas nos últimos 20 anos, as escolas e universidades não foram poupadas de violências e atentados. Os talibãs sempre negaram qualquer envolvimento nos ataques, alguns reivindicados pela célula local do grupo Estado Islâmico.

(Com informações da AFP)

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