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Afeganistão: Talibã busca novos recursos para se financiar

Com a saída das forças internacionais do Afeganistão, o país, altamente dependente de ajuda internacional, busca novos recursos financeiros para dirigir o país. Até então, as atividades ilícitas eram uma fonte de renda importante, segundo reportagem do jornal econômico Les Echos.

Uma área de mercado em Cabul (23/08/21).
Uma área de mercado em Cabul (23/08/21). Hoshang Hashimi AFP/Archivos
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Para poder governar, os talibãs vão precisar de fundos para relançar a economia, explica o jornal francês. O desafio é grande. Uma vez no poder, os bancos fecharam, privando a população de dinheiro vivo, a cotação da moeda nacional despencou e a ajuda internacional - que representava três quartos das receitas orçamentarias do Estado afegão - foi imediatamente interrompida.

Segundo do jornal Les Echos, o Ocidente sabe que a ajuda internacional é um dos poucos meios de pressão sobre o movimento islâmico. 

Até antes da chegada ao poder, as fontes de renda dos talibãs eram atividades criminosas, como o tráfico de drogas e a produção de ópio, além de extorsões, sequestros em troca de resgate, exploração de minérios ou impostos sobre zonas controladas, detalhou um relatório do Conselho de Segurança da ONU, de junho. O documento aponta que o movimento radical consegue entre US$ 300 milhões e US$ 1,6 bilhão por ano - que constitui 30% do orçamento anual do Estado afegão.

Drogas e minerais

A produção do ópio e da heroína continua sendo a principal fonte do movimento, tendo fornecido US$ 460 milhões em 2020, segundo a ONU. Os campos de papoula triplicaram em 20 anos.

“Qual será o lugar da produção de narcóticos no novo regime? ”, pergunta Les Echos. No começo da semana, um porta-voz dos talibãs prometeu que a atividade cessaria. Mas especialistas são céticos sobre essa possibilidade.

Outra fonte importante de rendimentos pode ser a exploração de minerais. O subsolo afegão é rico em cobre, cobalto e lítio, produto em grande demanda para a fabricação de baterias elétricas. Les Echos estima ser impossível hoje determinar o número de minas ou a quantidade de minerais extraída no país. Mas o potencial é enorme, com a condição de se ter infraestrutura suficiente, aponta a matéria.

Outra alternativa são novos laços com os vizinhos, como Rússia e China. Ambos os países não hesitaram em começar a dialogar com o novo regime e mantiveram suas embaixadas em Cabul.

O Irã, que sempre teve relações conflituosas com os talibãs, também esboçou uma reaproximação. Teerã aceitou reativar o envio de petróleo ao Afeganistão a partir da próxima semana.

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