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Merkel se reúne com Biden para tentar resolver divergências entre EUA e Alemanha após era Trump

A chanceler alemã Angela Merkel se reuniu nesta quinta-feira (15) em Washington com o presidente norte-americano Joe Biden. A viagem da líder, a primeira de um dirigente europeu aos Estados Unidos desde a posse do democrata, é marcada por uma tentativa de resolver as divergências alimentadas entre Estados Unidos e Alemanha principalmente durante a administração de Donald Trump.

A chanceler alemã Angela Merkel foi a primeira líder europeia recebida em Washington pelo presidente norte-americano Joe Biden
A chanceler alemã Angela Merkel foi a primeira líder europeia recebida em Washington pelo presidente norte-americano Joe Biden REUTERS - TOM BRENNER
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A Casa Branca martelou que se trata de uma visita de trabalho, e não de uma despedida da chanceler, considerada a líder mais firme da Europa, e que está há quase 16 anos à frente da maior economia do continente.

Merkel, que lidou com quatro presidentes americanos e que deixará o cargo ainda este ano, reuniu-se no Salão Oval com Biden. Ela destacou a amizade com os Estados Unidos e sua contribuição "para uma Alemanha livre e democrática". O presidente norte-americano classificou Merkel como "uma grande amiga, uma amiga pessoal e amiga dos Estados Unidos.

No entanto, apesar das declarações amigáveis, os dois líderes se encontraram com algumas divergências na pauta de discussões. Uma delas é a questão do polêmico gasoduto Nord Stream 2, por meio do qual o gás natural russo será canalizado para a Alemanha.

O gasoduto não apenas contorna a Ucrânia, levantando preocupações de que Moscou estaria deliberadamente minando a economia de seu vizinho, mas também ressalta a dependência energética da Europa de uma Rússia cada vez mais hostil. Apesar das fortes críticas ao Nord Stream 2, Biden renunciou em maio às principais sanções americanas contra o projeto, após concluir que era tarde demais para interromper seu avanço e que era melhor buscar cooperação com a Alemanha.

Além disso, Washington e Berlim divergem sobre as parcerias com a China em projetos comerciais. Sem esquecer as tensões que surgiram no auge da pandemia de coronavírus, quando a Alemanha se opôs ao pedido dos Estados Unidos de suspender temporariamente as patentes das vacinas contra a Covid-19 para acelerar a produção.

Além disso, as relações entre os dois países – assim como entre Washington e boa parte da Europa – ficaram estremecidas em vários momentos durante a administração Trump. No entanto, Merkel e Biden, que se conhecem bem, insistiram que a amizade entre os dois países é sólida. O líder americano insistiu que a cooperação entre Estados Unidos e Alemanha “é forte e esperamos que isso continue”.

Pela manhã, Merkel se reuniu com a vice-presidente, Kamala Harris. Durante o encontro, as duas tiveram "uma discussão franca e ampla sobre as ameaças e os desafios geopolíticos atuais e futuros. Concordaram com a necessidade de investir com urgência em instituições democráticas ancoradas no Estado de Direito", informou o gabinete de Kamala.

(Com informações da AFP)

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