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Burkina Faso confirma que os três jornalistas europeus desaparecidos foram mortos por terroristas

Os três jornalistas europeus que estavam desaparecidos após um ataque na segunda-feira (26) no leste de Burkina Faso - dois espanhóis e um irlandês - "foram executados por terroristas", declarou nesta terça-feira (27) um oficial da segurança do país africano. Um pouco antes, Madri havia confirmado a morte de dois cidadãos.

Soldados das Forças Armadas de Burkina Faso em fevereiro de 2020. Imagem de arquivo.
Soldados das Forças Armadas de Burkina Faso em fevereiro de 2020. Imagem de arquivo. The Washington Post via Getty Im - The Washington Post
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"As pessoas nas imagens divulgadas por grupos armados foram identificadas como os três ocidentais que estavam desaparecidos desde ontem", afirmou. "É lamentável", reiterou o oficial, sem se identificar.

Os dois espanhóis e o irlandês mortos eram "jornalistas que trabalhavam em nome de uma ONG que atua pela proteção do meio ambiente", indicou uma fonte da segurança de Burkina Faso. Eles investigavam a caça ilegal no leste do país.

Em Madri, o primeiro-ministro Pedro Sánchez confirmou a morte dos dois espanhóis. "A pior notícia foi confirmada. Todo o nosso carinho aos familiares e amigos de David Beriain e Roberto Fraile, assassinados em Burkina Faso", escreveu o premiê em sua conta no Twitter, expressando seu "reconhecimento a todos aqueles que, como eles, praticam diariamente um jornalismo valente e essencial em zonas de conflito".

O Ministério das Relações Exteriores da Irlanda afirmou estar "ciente" do desaparecimento de um cidadão do país. No entanto se recusou a "comentar os detalhes de um caso em particular".

Investigação sobre caça ilegal

Em Paris, o secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire, anunciou no Twitter que "David Beriain e Roberto Fraile, dois jornalistas espanhóis reputados, foram mortos durante um ataque no leste do país [Burkina Faso]". "Esta tragédia confirma os grandes perigos que os repórteres enfrentam no Sahel", ressaltou.

Na segunda-feira, uma patrulha composta por soldados e guardas florestais de Burkina Faso, acompanhada por instrutores e jornalistas ocidentais, foi atacada no eixo Fada N'Gourma-Pama, no leste do país. Até o momento, ninguém reivindicou o ato.

Um morador local continua desaparecido após a ofensiva que também deixou três feridos. De acordo com as autoridades, "trata-se de um agente" dos serviços de segurança "que conhece muito bem a zona da floresta de Pama, perto de Natiaboani, onde ocorreu o ataque".

Agressão é de autoria de homens armados que viajavam em duas pick-ups e uma dúzia de motocicletas, segundo fontes da segurança. Armas e equipamentos, motocicletas, duas pick-ups e um drone foram roubados pelos agressores.

Burkina Faso, que faz fronteira com o Mali e Níger, tem sido alvo frequente de massacres de grupos extremistas islâmicos desde 2015. Concentradas inicialmente no norte do país, na fronteira com o Mali, as atrocidades atribuídas a grupos radicais islâmicos - incluindo o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM) afiliado à Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) - agora visam a capital e outras regiões, notadamente o leste e o noroeste. 

Desde 2015, as violências deixaram mais de 1.200 mortos e mais de um milhão de pessoas deslocadas.

(Com informações da AFP) 

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