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Princesa diz que é mantida em cativeiro pelo pai em Dubai, e Reino Unido pede explicações

A princesa Latifa, filha do emir de Dubai, gravou um vídeo no qual diz estar sendo mantida como refém pela família. As imagens, divulgadas pela BBC, suscitaram uma reação de Londres. A diplomacia britânica pede provas de que a princesa não está em cativeiro.

A princesa Latifa al-Maktoum se filmou escondida no banheiro da mansão onde afirma ser mantida como refém.
A princesa Latifa al-Maktoum se filmou escondida no banheiro da mansão onde afirma ser mantida como refém. © Capture d'écran BBC
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No vídeo, Latifa diz estar sendo mantida como refém em uma mansão. “Estou sequestrada, e esta mansão virou uma prisão", disse a princesa. As imagens foram gravadas com um celular, no banheiro da residência, único local onde ela afirma ter privacidade. "Todas as janelas estão fechadas (...), há cinco policiais do lado de fora e duas policiais do lado de dentro", acrescentou. "Eu me preocupo todos os dias com a minha segurança e com a minha vida (...) A polícia me disse que ficarei na prisão por toda minha vida e que nunca mais verei o sol", relatou nos vídeos, que chegaram nas mãos da imprensa por meio de amigos da princesa.

As imagens provocaram reação do governo britânico. O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse nesta quarta-feira (17) que gostaria de ter provas de que a princesa está bem. "As pessoas gostariam (...) de vê-la viva e em bom estado de saúde (...) e certamente ficaríamos felizes com isso", disse Raab, após a difusão dos vídeos. "Essas imagens são muito angustiantes. É um caso muito difícil. E acho que é preocupante", declarou o ministro.

Na terça-feira, uma porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também afirmou que questionará os Emirados Árabes Unidos sobre a situação da princesa.

O chefe do governo britânico, Boris Johnson, foi mais cauteloso ao comentar os vídeos. Em entrevista à Sky News, o premiê também se disse preocupado, mas lembrou que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos já está acompanhando a história. “Vamos esperar para ver como eles vão agir, mas vamos ficar de olho”, disse Johnson.  

Princesa já tentou fugir

Essa não é a primeira vez que a princesa de 35 anos pede ajuda para se afastar de seu pai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que além de emir de Dubai é primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos. Em 2018, ela tentou escapar de barco dessa cidade-estado do Golfo. Mas a fuga não deu certo e ela foi levada de volta para casa.

Na época, a princesa disse que foi amarrada e sedada pelos agentes de segurança do pai. Ela afirma ter sido detida durante três meses na prisão central de Al-Awir, em Dubai, antes de ser transferida para a mansão da família.

Em 2020, a Justiça britânica disse claramente que o emir do Dubai ordenou o sequestro da princesa Latifa e sua irmã mais velha, Shamsa. Em 2000, quando tinha apenas 18 anos, esta última também tentou, sem sucesso, fugir do pai durante as férias na Inglaterra. Ela foi interceptada pelos seguranças do emir e levada de volta para Dubai. Desde 2019, Shamsa não é vista em público, enquanto Latifa não dava notícias desde sua tentativa de fuga em 2018.

Haya da Jordânia, a madrasta fugitiva

O emir de Dubai já foi acusado de maus-tratos por uma de suas mulheres. Haya, irmã do rei da Jordânia, se tornou em 2004 a sexta esposa do soberano emiradense, com quem teve dois filhos. Mas em 2019 ela se refugiou em Londres, onde iniciou o processo de divórcio.

Haya acusa Mohammed bin Rashid Al Maktoum de violência doméstica, afirma ter sido vítima de um casamento forçado e pediu proteção da justiça britânica.

(Com informações da AFP)

 

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