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Sanções

Coreia do Norte ameaça se vingar dos EUA

A Coreia do Norte afirmou nesta segunda-feira (7) que as novas sanções da ONU não impedirão que o país desenvolva o seu arsenal nuclear. O governo informou ainda que não está aberto a negociações enquanto a administração americana prosseguir com suas ameaças.

Líder Kim Jong-Un: "Estados Unidos pagarão mil vezes por seus atos".
Líder Kim Jong-Un: "Estados Unidos pagarão mil vezes por seus atos". 图:朝中社-路透社
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A mensagem em tom de desafio é a primeira reação do país após a aprovação por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU de uma nova resolução contra Pyongyang, proposta por Washington.

As novas sanções podem custar um bilhão de dólares por ano à Coreia do Norte, afetando o comércio com a China, seu principal parceiro.

Pagarão mil vezes

Em um comunicado publicado pela agência oficial de notícias KCNA, Pyongyang afirma que as sanções constituem "uma abrupta violação de nossa soberania".

"Não vamos colocar nosso programa nuclear na mesa de negociações, enquanto perdurarem as ameaças dos Estados Unidos", destaca o texto. "Nunca retrocederemos no fortalecimento do nosso poder nuclear", completa a nota.

Pyongyang também ameaçou os Estados Unidos, afirmando que os americanos "pagarão mil vezes o preço do seu crime".

A declaração foi divulgada no momento em que o chefe da diplomacia norte-coreana, Ri Yong-Ho, encontra-se em Manila, onde acontece um fórum sobre a segurança regional com representantes de Estados Unidos, China, Rússia e outros países da Ásia-Pacífico.

Ou param com os mísseis ou não haverá negociações

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, descartou qualquer possibilidade de diálogo com Pyongyang, ao menos de modo imediato, e afirmou que as novas sanções demonstram que o mundo perdeu a paciência com as ambições nucleares do regime de Kim Jong-Un.

O chefe da diplomacia americana ressaltou que Washington aceitaria negociar com Pyongyang apenas no caso de uma suspensão de seu programa balístico.

"O melhor sinal que a Coreia do Norte pode enviar para dizer que está disposta a dialogar seria parar de lançar mísseis", disse.

Tillerson deu a entender, porém, que existe a perspectiva de que enviados americanos possam, um dia, se reunir com representantes do regime norte-coreano para evitar uma escalada no conflito diplomático. O secretário de Estado, porém, não informou quando um encontro desse tipo poderia acontecer.

"Não vou dizer a ninguém um número específico de dias, ou semanas. É uma questão de estado de ânimo na negociação", desconversou.

Oferta da Coreia do Sul "carece de sinceridade"

As declarações de Tillerson foram feitas um dia depois do encontro, incomum, entre os chefes da diplomacia das duas Coreias.

O ministro norte-coreano Ri Yong-Ho apertou a mão da sua homóloga sul-coreana, Kang Kyung-Wha, que lhe pediu que aceitasse a proposta de diálogo de Seul. O chanceler de Pyongyang rejeitou a oferta, segundo a imprensa, ao afirmar que a mesma "carece de sinceridade".

Em uma conversa telefônica no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, concordaram que a Coreia do Norte "representa uma ameaça direta, grave e crescente", segundo um comunicado da Casa Branca.

No Twitter, Trump elogiou a votação unânime no Conselho de Segurança e agradeceu à Rússia e à China por seu apoio à medida. Ambos poderiam ter vetado a resolução.

Tillerson, que teve reuniões bilaterais com os chanceleres da China e da Rússia, Wang Yi e Serguei Lavrov, respectivamente, também destacou a unidade da comunidade internacional.

Ele declarou que a comunidade internacional espera que a Coreia do Norte adote "medidas para alcançar todos os meus objetivos, ou seja, a desnuclearização da península coreana".

Pyongyang respondeu que os países que "colaboraram com os Estados Unidos" no apoio à resolução também terão de "prestar contas".

Panos quentes chineses

A China reiterou sua posição menos drástica, insistindo que as sanções não são suficientes e que o diálogo será necessário.

O chanceler de Pequim fez um apelo à retomada do "Diálogo dos Seis" (China, Estados Unidos, Rússia, Japão e as duas Coreias), apesar da paralisação das negociações há vários anos.

"Somente o diálogo e as negociações são os meios adequados para solucionar o problema da península coreana", frisou.

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