Coreia do Norte testa novo foguete em meio a diálogo entre China e EUA
A Coreia do Norte testou um novo motor de foguete de alta performance, informou neste domingo (19) a agência oficial norte-coreana, KCNA. "O mundo perceberá muito em breve a importância da vitória histórica alcançada hoje", destacou o líder do país comunista, Kim Jong-un.
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De acordo com a nota da KCNA, "o desenvolvimento e a conclusão de um novo tipo de motor de alta propulsão podem ajudar a consolidar a base científica e tecnológica para alcançar a capacidade mundial de transmissão por satélite no campo do desenvolvimento do espaço". Os motores de foguetes podem ser facilmente reutilizados em mísseis.
Observadores externos afirmam que o programa espacial da Coreia do Norte em matéria de lançamento de satélites é na realidade um disfarce para testes do âmbito militar.
O novo teste norte-coreano foi programado para coincidir com o primeiro giro diplomático do novo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, à Ásia. Tillerson chegou a Pequim no sábado (18) após ter visitado o Japão e a Coreia do Sul, onde disse que os Estados Unidos deixariam de exercer a "diplomacia paciente" com o regime comunista norte-coreano. Ele chegou a dizer que a ação militar era uma opção sobre a mesa, caso a Coreia do Norte insista em seu programa nuclear.
Várias resoluções internacionais proíbem o país comunista de manter programas balísticos e nucleares.
China e EUA estão dispostos a colaborar
Depois de receber Tillerson para conversas neste domingo (19), o presidente chinês, Xi Jinping, declarou que Pequim e Washington "podem agir para que a relação [bilateral] avance de maneira construtiva na nova era". Os dois países demonstraram disposição de se aproximar.
Xi se reuniu com o chefe da diplomacia americana horas após o anúncio do teste norte-coreano. Não se sabe se eles falaram diretamente sobre a Coreia do Norte, mas o governo americano pressiona a China, única aliada de Pyongyang, nessa direção.
A Coreia do Norte realizou dois testes nucleares no ano passado e efetuou, recentemente, dois lançamentos de mísseis de médio alcance. Pyongyang descreveu os disparos como ensaios anteriores a um eventual ataque às bases americanas no Japão. Existe o temor de que os mísseis intercontinentais norte-coreanos sejam capazes de atingir o território dos Estados Unidos.
Mudança de tom
Há uma mudança de tom em relação aos sinais enviados pelos dois lados nas últimas semanas. As relações entre Pequim e Washington ficaram tensas recentemente pela implantação por parte dos Estados Unidos de um escudo antimísseis na Coreia do Sul, que a China considera como uma ameaça a sua soberania.
A China também esteve na mira de Donald Trump durante sua campanha eleitoral. O bilionário acusou Pequim de ter "roubado" milhões de empregos nos Estados Unidos e ameaçou impor direitos aduaneiros sobre as importações de produtos chineses.
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