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Acordo sobre migrantes ameaçado se Grécia não extraditar militares turcos

A Turquia pode anular o acordo de readmissão de migrantes assinado com a Grécia e a UE após a negativa de Atenas de extraditar oito militares turcos, acusados de participar do golpe de Estado frustrado de 15 de julho. O alerta foi feito nesta sexta-feira (27), pelo ministro turco das Relações Exteriores.

Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, exige que Alemanha entregue os militares foragidos
Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, exige que Alemanha entregue os militares foragidos REUTERS/Pierre Albouy
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"Temos um acordo com a Grécia e a União Europeia e tomaremos as medidas necessárias, inclusive o cancelamento deste acordo de readmissão de migrantes", advertiu  Mevlüt Cavusoglu, em uma entrevista à rede pública TRT.

Na véspera, Ancara já havia anunciado que procederia à revisão de suas relações com a Grécia. Ancara emitiu uma nova ordem de prisão contra oito militares que fugiram para o país depois da tentativa de golpe, e voltou a renovar o pedido de extradição ante Atenas.

Os militares - quatro capitães, dois comandantes e dois sargentos - foram postos sob prisão temporária desde sua aterrissagem de helicóptero no nordeste da Grécia, perto da fronteira entre os dois países, em 16 de julho passado.

A Suprema Corte grega acolheu o pedido do Ministério Público, que se pronunciou, há dez dias, contra a extradição dos militares. O órgão alega que não há garantias de que os réus terão um julgamento justo na Turquia. "Independentemente de sua culpabilidade, sua extradição não foi autorizada, já que seus direitos estão em perigo" na Turquia, justificou o tribunal, cujo presidente destacou o risco de "torturas".

Esse caso é complicado para Atenas, que mantém, há tempos, relações complexas com Ancara. A Grécia conta com a Turquia, em particular, para conter o fluxo migratório pelo mar Egeu, com base no acordo entre Ancara e a União Europeia (UE) firmado em março passado.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi um dos primeiros líderes a manifestar seu apoio "ao governo democraticamente eleito" na Turquia, em 15 de julho, durante o golpe frustrado. Depois, Atenas começou a se preocupar com o endurecimento do governo turco, acusado de prender arbitrariamente e torturar seus opositores.

O ministro grego da Justiça, Stavros Kontonis, não se pronunciou até agora. Em caso de uma decisão afirmativa sobre a extradição, ele teria a última palavra sobre sua aplicação.
 

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