Países ocidentais se unem e pedem cessar-fogo em Aleppo
Seis países, entre eles, Estados Unidos e França, pediram nesta quarta-feira (7) um cessar-fogo imediato diante da catástrofe humanitária em Aleppo. As potências também fizeram um apelo à Rússia e ao Irã para que usem sua influência junto ao regime sírio para obter uma trégua.
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Em uma declaração conjunta publicada pelas presidências da França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, os países afirmam que a "urgência absoluta é um cessar-fogo imediato para permitir às Nações Unidas a entrega da ajuda humanitária às populações do leste de Aleppo, e socorrer as pessoas que fugiram".
"Condenamos as ações do regime sírio e de seus aliados estrangeiros, principalmente a Rússia, por obstruirem a ajuda humanitária; condenamos severamente os ataques do regime sírio que devastaram instalações médicas e civis, assim como a utilização de barris explosivos e armas químicas", diz o comunicado, que se une à demanda dos rebeldes sírios de um cessar-fogo imediato de cinco dias para a retirada dos civis, expulsos da Cidade Antiga pelo regime.
Os signatários também exigem que a Síria respeite o direito internacional humanitário, inclusive as Convenções de Genebra, e pedem às Nações Unidas que investiguem os fatos. O comunicado termina com uma frase que já foi repetida dezenas de vezes desde o começo do conflito, em 2011: "Somente uma solução política pode trazer a paz para as pessoas na Síria".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também reiterou seu apelo ao cessar-fogo, julgando "desoladora" a situação da população civil de Aleppo. "Não paro de pedir às autoridades sírias, aos grupos armados sírios, e também à coalizão, para manterem suas promessas, de modo que possamos cumprir nossa missão humanitária", afirmou Ban.
A declaração comum desta quarta-feira indica que, em Aleppo, 200.000 civis, entre eles, um grande número de crianças, estão sem alimentos e remédios.
Reconquista e pedido de cessar-fogo
As forças do governo sírio assumiram o controle de toda a Cidade Antiga de Aleppo, seu coração histórico, após a retirada dos rebeldes, cada vez mais asfixiados em seu antigo reduto.
Este avanço acelera o êxodo da população: 80.000 pessoas fugiram da zona leste de Aleppo desde o início da ofensiva do regime, em 15 de novembro, informou hoje a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
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