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Trégua na Síria continua, mas é frágil

A trégua temporária entre o governo sírio e os rebeldes em Aleppo, obtida após pressão da Rússia e dos Estados Unidos, foi prolongada por 48 horas pela segunda vez em uma semana. O estado-maior do exército sírio anunciou que o “regime de silêncio” foi prorrogado na segunda maior cidade do país até a meia-noite de quarta-feira (11), hora local.

Exército sírio patrulha a cidade de Khan Touman.
Exército sírio patrulha a cidade de Khan Touman. George Ourfalian / AFP
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Paul Khalifeh, correspondente da RFI em Beitute

Seria mais apropriado chamar de uma diminuição no nível de violência do que uma paralisação total dos combates. As grandes operações militares foram suspensas, mas bombardeios esporádicos continuam correndo.

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), aviões e helicópteros sírios realizaram, em 24 horas, cerca de 90 ataques contra posições rebeldes em Khan Toumane. A cidade, situada ao sul de Alepo e considerada como estratégica, havia sido dominada pelo “exército da conquita”, uma coalisão que reúne, entre outros, a frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda. O governo sírio e seus aliados querem impedir que os rebeldes consolidem suas posições em Khan Toumane.

Na cidade de Alepo, a eletricidade e a água potável estão sendo restabelecidos gradualmente desde segunda-feira (09), após quatro dias de corte total. A relativa tranquilidade, ainda que precária, foi abalada pelo lançamento de várias bombas pelos rebeldes no bairro de Souleimane Bacha, de acordo com a agência oficial síria Sana.

Situação precária no resto do país

Em outras regiões da Síria, a trégua é menos respeitada do que em Aleppo, embora a intensidade dos combates tenha diminuído em todo o país. Na província de Idleb, controlada pela al-Nosra e que fica a oeste de Alepo, três civis foram mortos e cerca de 12 pessoas ficaram feridas depois de ataques aéreos atribuídos ao grupo. Na localidade xiita de Foua, uma mulher morreu e uma criança ficou ferida, ambos atingidos por estilhaços.

Mais a oeste, na província de Lattaquié, o exército sírio atacou Kabana, uma das últimas localidades ainda mantida nas mãos dos rebeldes no local. Ao leste de Damasco, em Ghouta, também houve intensificação nos combates com tropas do governo sírio avançando contra o reduto rebelde de Zibdine.

Nova tentativa de acordo

Na semana que vem, o Grupo Internacional de Apoio à Síria (GIAS), copresidido pela Rússia e pelos Estados Unidos, se reunirá em Viena, numa nova tentativa de encontrar uma solução para os conflitos no país. A Rússia se comprometeu a pressionar Damasco para que limite seus bombardeios, e os Estados Unidos, por sua vez, prometeram aumentar o apoio aos seus aliados regionais para ajudá-los a impedir a circulação de combatentes, armas ou meios de apoio financeiro às organizações terroristas pelas suas fronteiras.

O GISS nasceu no outono de 2015 em Viena e é composto por 17 países e três organizações multilaterais. O grupo inclui Irã, Arábia Saudita e as potências europeias, e conseguiu chegar a um consenso sobre um caminho para uma solução política e diplomática do conflito, validada em dezembro, mediante uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

(Com informações da AFP)
 

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