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Síria

Combates em Aleppo complicam negociações sobre crise na Síria

Intensos combates em Aleppo, no norte da Síria, e bombardeios da aviação do regime contra regiões rebeldes a leste da capital, ilustravam nesta quarta-feira (4) a dificuldade das grandes potências de promover um novo cessar-fogo. Conselho de Segurança da ONU se reúne em Nova York, enquanto Washington Moscou decidem estender a trégua a Aleppo. 

Rua de Aleppo após bombardeios na terça-feira, 3 de maio de 2016.
Rua de Aleppo após bombardeios na terça-feira, 3 de maio de 2016. REUTERS/Abdalrhman Ismail
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Desde 22 de abril, 284 pessoas, incluindo 57 crianças e 38 mulheres, morreram vítimas da violência na segunda maior cidade do país. Segundo o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, que divulgou a informação, esses foram “os combates mais violentos em Aleppo em mais de um ano".

A cidade está dividida desde 2012 e a nova escalada de violência não para de fazer vítimas fatais, a maioria delas do lado rebelde. Nesta quarta-feira, três civis foram mortos quando um foguete caiu em um bairro controlado pelo governo, segundo a agência de notícias oficial Sana.

Os confrontos diretos foram retomados na terça-feira (3), quando uma coalizão de grupos rebeldes, "Fatah Halab" ("A conquista de Aleppo") lançou uma ofensiva nos bairros controlados pelo regime. Os confrontos continuaram durante a noite com tiroteios e ataques aéreos.

Rússia ainda aposta no cessar-fogo

No dia anterior, Moscou afirmou que esperava um cessar-fogo "nas próximas horas" na cidade. "Russos e americanos (...) tentaram introduzir um regime de silêncio (cessação das hostilidades) dentro e no entorno de Aleppo", afirmou nesta quarta-feira a repórteres o porta-voz militar russo, Igor Konashenkov, em Hmeimim, uma base aérea onde as forças russas estão estacionadas na província de Latakia (oeste). Mas "o regime de silêncio foi impedido pela Frente Al-Nosra", indicou, referindo-se ao ramo sírio da Al-Qaeda na Síria.

Rússia e Damasco justificaram assim a ofensiva lançada em Aleppo no final de abril, que acabou com a trégua estabelecida entre o regime e os rebeldes, mas que excluía grupos jihadistas, tais como o grupo Estado Islâmico e a Frente Al-Nosra.

Na frente diplomática, o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, se reúne nesta quarta-feira em Berlim com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, bem como com o coordenador da oposição síria, Riad Hijab, e o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault. "Procuramos voltar a envolver todas as partes em conflito num acordo", explicou uma fonte diplomática europeia sobre estes encontros, observando que em Aleppo "as hostilidades recomeçaram apenas por iniciativa do regime” de Damasco.

O encontro em Berlim precede uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, solicitada por França e Reino Unido, para tentar restaurar o cessar-fogo em Aleppo. Já do lado francês, o chefe da diplomacia, Jean-Marc Ayrault, convidou seus colegas saudita, catari, árabe e turco para pressionar por um cessar-fogo durante um encontro na segunda-feira (9), em Paris.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que ameaçou na terça-feira o presidente sírio se a trégua discutida entre Washington e Moscou não for respeitada, acertou nesta quarta-feira com Moscou que a trégua na síria deve se estender a Aleppo. 

(Com informações da AFP)

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