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Síria

Guerra na Síria está "fora de controle", diz John Kerry

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, advertiu nesta segunda-feira (2) que o conflito na Síria "está fora de controle". A declaração foi feita em uma entrevista coletiva em Genebra, onde Kerry se reuniu com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao lado do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, nesta segunda-feira (2), em Genebra.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao lado do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, nesta segunda-feira (2), em Genebra. REUTERS/Denis Balibouse
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Kerry está em Genebra, em mais uma tentativa de acabar com o banho de sangue e restabelecer a trégua na Síria. Para ele, o conflito no país está "fora de controle, em muitos aspectos".

Ao lado de De Mistura, o secretário de Estado norte-americano garantiu que "um sistema muito melhor de controle do cessar-fogo" está sendo preparado. "Teremos pessoas adicionais trabalhando em Genebra, 24 horas por dia, sete dias da semana", explicou.

Mas, segundo o enviado especial da ONU para a Síria, que se reunirá nesta terça-feira (3) em Moscou com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, é preciso "vontade política" para realizar o trabalho.

A Rússia, além de ser a principal aliada do regime de Bashar al-Assad, é também a mediadora do processo de paz na Síria, junto aos Estados Unidos. De Mistura também declarou que caso as duas potências não cheguem a um acordo, dificilmente serão registrados avanços sobre a questão.

Banho de sangue em Aleppo

A situação se deteriorou desde o dia 22 de abril em algumas regiões da Síria nas quais o cessar-fogo entre o regime de Bashar al-Assad e a rebelião deixou de ser cumprido. A província de Aleppo, no norte do país, é um dos locais que mais sofre com a retomada das violências: mais de 250 civis, entre eles 50 crianças, morreram nos últimos dez dias.

Após um dia relativamente tranquilo no domingo (1°) nos bairros da zona leste de Aleppo, controlados pelos insurgentes, os ataques foram retomados na manhã desta segunda-feira. Vários bairros, incluindo o populoso Bustan al-Qasr, foram atingidos.

"O que acontece em Aleppo é uma vergonha. É uma violação humanitária, um crime", afirmou o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel Al Jubeir, antes de uma reunião em Genebra com Kerry. A Arábia Saudita também acusa o regime sírio de violar "todos os acordos" que sustentam o processo de paz.

"Ameaça terrorista"

Moscou e o regime sírio justificam a ofensiva contra Aleppo pela presença entre os insurgentes de membros da Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, que não assinou a trégua no dia 27 de fevereiro. Kerry explicou que Washington solicitaria aos rebeldes moderados de Aleppo um distanciamento da organização extremista.

Neste domingo, Moscou anunciou que está empreendendo negociações para tentar interromper os combates na massacrada província, após os apelos do governo dos Estados Unidos pelo fim dos bombardeios no local. Até a semana passada, a Rússia mantinha uma posição inflexível sobre os bombardeios contra Aleppo, alegando que sua luta é "contra a ameaça terrorista".

O conflito sírio já deixou mais de 270 mil mortos desde 2011.

(Com informações da AFP)

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