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Síria desrespeita trégua e bombardeia mercado, matando dezenas de civis

Bombardeios realizados pelo exército sírio contra mercados na província de Idleb, reduto da Al-Qaeda, deixaram pelo menos 44 civis mortos. Entra as vítimas, três são crianças. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas em decorrência dos ataques.

Vítimas faziam compras em uma feira. Ao menos 44 pessoas morreram.
Vítimas faziam compras em uma feira. Ao menos 44 pessoas morreram. REUTERS/Ammar Abdullah
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O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) classificou o ocorrido como um “massacre”. Pelo menos 37 civis morreram nos ataques contra um mercado de verduras, em Maaret al Noomane, e outros sete em um mercado de peixes, em Kafranbel.

A província de Idleb é controlada desde março de 2015 pela Frente Al-Nusra (facção síria da Al-Qaeda) que, como o grupo extremista Estado Islâmico, está excluída da trégua entre o regime e os rebeldes, que entrou em vigor no dia 27 de fevereiro.

Os bombardeios contra os mercados acontecem depois que a oposição síria suspendeu, na segunda-feira (18), sua participação "formal" nas negociações de paz com o governo de Damasco, em Genebra.

A segunda rodada de discussões sobre a paz na Síria, promovida pela ONU, acontece desde 13 de abril e deveria durar pelo menos dez dias, mas a oposição declarou ser inaceitável prosseguir com as discussões enquanto o regime de Damasco seguir "bombardeando e matando de fome os civis" no país.

O objetivo dessa tentativa de diálogo é pôr fim a cinco anos de um conflito que já deixou mais de 270 mil mortos. "Atacar mercados populares lotados de civis representa uma escalada perigosa da violência", afirmou a coalizão a respeito dos bombardeios desta terça-feira.

Para Karim Bitar, diretor de pesquisa no Instituto de Relações Internacionais e Estratégica (Iris), a "oposição parece ter chegado a conclusão de que estas negociações não passavam de uma cortina de fumaça para permitir que o regime consolidasse a sua base".

"Russos e americanos seguem coordenando seus esforços e pedindo respeito à trégua, mas as grandes potências sabem de sua incapacidade", acrescenta o especialista.

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