Acessar o conteúdo principal
EUA/Arábia Saudita

Obama chega à Arábia Saudita em clima de tensão com aliado do Golfo

O presidente norte-americano Barack Obama iniciou nesta quarta-feira (20) uma visita de dois dias à Arábia Saudita. O país, tradicional aliado dos Estados Unidos no Golfo, ainda não digeriu a abertura de Washington em relação a Teerã.

Barack Obama se reuniu com o rei da Salman da à Arábia Saudita ao desembarcar em Riad.
Barack Obama se reuniu com o rei da Salman da à Arábia Saudita ao desembarcar em Riad. REUTERS/Jim Bourg
Publicidade

Obama desembarcou no início da tarde em Riad, capital do reino, onde deve se reunir com o rei Salman, de 80 anos. Na quinta-feira, o chefe da Casa Branca participa de uma cúpula com as seis monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar).

Desta vez, a chegada do presidente norte-americano não foi transmitida ao vivo em rede nacional, como aconteceu em sua visita anterior, em janeiro de 2015. As decisões do governo Obama – como a recusa a intervir na Síria contra o regime de Bashar al-Assad, ou as negociações nucleares com o Irã, grande adversário xiita de Riad – foram rejeitadas pelas monarquias sunitas.

"Ainda que a visita seja apresentada como uma ocasião para reforçar a aliança, ela evidenciará até que ponto Washington e Riad se distanciaram nos últimos oito anos", comenta o analista Simon Henderson, do Washington Institute for Near East Policy. "Para Obama, o problema central do Oriente Médio é a luta contra o grupo Estado Islâmico (EI). Para a dinastia do rei Salman Al-Saud, (o problema) é o Irã", resumiu Henderson, em um artigo publicado na revista Foreign Policy.

Contra aqueles que apostam em uma visita de despedida (a última de Obama antes de abandonar o poder) resumida em uma simples foto da família, a Casa Branca lembra da solidez de uma aliança que data da época de Franklin Delano Roosevelt, destacando os esforços conjuntos contra os extremistas no Iraque e na Síria. "A relação sempre foi complexa (...) mas existe uma base de cooperação sobre interesses comuns, em particular a luta antiterrorista", declarou Ben Rhodes, assessor de Obama e vice-conselheiro de Segurança Nacional para Comunicações Estratégicas.

Apoio ao Irã e ataques de 11 de setembro alimentam tensões

As monarquias esperam um reforço da ajuda militar norte-americana – por si só muito elevada –, assim como uma contribuição na luta contra ciberataques. Os países da região também esperam que o chefe da Casa Branca, que deixará o cargo em janeiro de 2017, articule um discurso firme contra Teerã.

Em um artigo publicado em meados de março na revista The Atlantic, Obama rejeitava o argumento de que "Irã é a fonte de todos os problemas" e convidava seus "amigos" sauditas a encontrar uma maneira de se entender com a República Islâmica. Sua proposta foi muito mal recebida em Riad.

Outra questão sensível e fonte de tensões recorrentes é o possível papel da Arábia Saudita nos atentados do 11 de setembro nos Estados Unidos. Dos 19 sequestradores dos aviões usados pelos ataques, 15 eram sauditas.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.