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Coreias realizam reunião extraordinária para tentar reunificação

As duas Coreias mantiveram nesta sexta-feira (11) uma reunião extraordinária entre vice-ministros para tentar um acordo inédito entre os dois lados. "Demos um passo decisivo para abrir o caminho à reunificação. Espero que vários temas pendentes sejam solucionados", declarou o chefe da delegação da Coreia do Sul, Hwang Boo-Gi, a seu colega norte-coreano Jon Jong-Su. O diálogo ocorreu na zona industrial intercoreana de Kaesong, situada na Coreia do Norte, muito próxima da fronteira, e durou cerca de 30 minutos, com ambas as delegações lendo textos preparados de antemão.

Vice-ministro sul coreano da Unificação Hwang Boogi (e) cumprimenta o colega norte coreano Jon Jong Su em Kaesong
Vice-ministro sul coreano da Unificação Hwang Boogi (e) cumprimenta o colega norte coreano Jon Jong Su em Kaesong Reuters/路透社
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Após consultar suas respectivas capitais, as autoridades devem retomar o diálogo. Não há uma agenda definida nem um limite de tempo para estas conversas que, no passado, já duraram várias horas ou dias. Apesar de os encontros anteriores não terem sido frutíferos, cada reunião entre norte e sul é comemorada com um passo em direção à reintegração dos dois países, que permanecem tecnicamente em guerra, após a assinatura de um cessar-fogo em 1953. Em junho de 2013, os dois vizinhos concordaram em realizar uma cúpula semelhante para organizar discussões em nível presidencial. Mas Pyongyang mudou de ideia de última hora e cancelou o encontro, alegando problemas de protocolo.

Interesses distintos

Os dois países têm interesses distintos na reunificação. Pyongyang, cujos fundos escasseiam, quer que seu vizinho do sul retome as visitas lucrativas organizadas no monte Kumgang, suspensas em 2008, quando um turista morreu atingido por um tiro disparado por um guarda norte-coreano. O retorno de turistas à região seria uma vitória para a propaganda do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e traria divisas ao país. "Kim precisa dar presentes para o partido e os líderes políticos e se gabar da riqueza nacional ante seu povo", afirma Nam Sung-Wook, professor de Estudos Norte-Coreanos na Universidade da Coreia. "Ele também precisa de dinheiro para completar uma série de obras recentes".

Seul, por sua vez, quer que o Norte permita que as famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953) possam se encontrar regularmente. Estas reuniões são realizadas menos de uma vez por ano e com um número muito limitado de participantes, apesar da longa lista de espera, composta principalmente de idosos sul-coreanos desesperados por ver a sua família antes de morrer.

Além disso, a aproximação com Pyongyang foi uma promessa de campanha da presidenta sul-coreana, Park Geun-hye. Park já falou em diversas ocasiões da perspectiva de reunificação da Coreia, mas não conseguiu realizar passos políticos significativos para reduzir as tensões com o Norte e seu líder belicoso. A questão espinhosa a ser evitada no diálogo intercoreano é o programa nuclear de Pyongyang. Embora Seul possa falar sobre desnuclearização, os especialistas acreditam que ambos os lados tendem a se concentrar em objetivos mais tangíveis.
 

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