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Egito/Atentado

Grupo Estado Islâmico ataca consulado da Itália no Cairo com carro-bomba

Uma pessoa morreu e nove ficaram feridas neste sábado (11) em um atentado contra o consulado italiano na cidade do Cairo. Esse ataque, que foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, é o primeiro a visar uma missão diplomática desde que grupos jihadistas iniciaram uma ofensiva contra as forças de segurança do Egito, há dois anos. 

A fachada do consulado italiano no Cairo, destruída por um atentado a bomba
A fachada do consulado italiano no Cairo, destruída por um atentado a bomba AFP PHOTO / MOHAMED EL-SHAHED
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A explosão aconteceu às 6H30 locais, quando o consulado estava fechado, e destruiu parte da fachada do edifício, no centro da capital. A tubulação foi afetada, inundando a área próxima do prédio. Na reivindicação, feita via Twitter, os jihadistas informaram que o carro continha 450 quilos de explosivos. E fizeram uma rara recomendação de segurança para que os muçulmanos permaneçam longe dos "objetivos legítimos" dos ataques, em alusão a embaixadas e consulados.

França e União Europeia condenaram o atentado. Paris disse que permanece ao lado do Egito e da Itália e o bloco denunciou essa nova tentativa de desafiar a determinação egípcia e europeia de lutar contra o terrorismo.

Logo depois de conversar com o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi, o premiê italiano, Matteo Renzi, afirmou que os dois países estão juntos na luta contra o terrorismo. O primeiro ministro egípcio pediu um esforço internacional coordenado na luta contra os jihadistas.

O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentili, disse que não tem nenhuma dúvida de que o atentado visou de fato o consulado e garantiu que a Itália não se intimidará. Ele informou ainda que nenhum italiano morreu no ataque.

Essa é a primeira vez que uma missão diplomática no Egito é alvo de um ataque do grupo Estado Islâmico. Mas o governo egípcio vem alertando as representações diplomáticas dos riscos de ataque.

Uma fonte das forças de segurança afirmou à agência oficial Mena que uma "bomba, colocada por desconhecidos em um carro estacionado perto do consulado e ativada à distância". No Twitter, o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, escreveu: "Bomba contra nosso consulado no Cairo, não há vítimas italianas. Estamos ao lado das pessoas afetadas e de nossos funcionários. A Itália não se deixa intimidar".

O cônsul italiano seguiu para o local para constatar os danos e se recusou a falar com a imprensa. Vários diplomatas afirmaram recentemente à AFP que a polícia havia alertado nos últimos meses sobre possíveis ataques contra embaixadas.

Onda de ataques

Desde que o exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi em julho de 2013, intensificaram-se os atentados contra as forças de segurança. Os grupos jihadistas afirmam atuar em represália pela violenta repressão das autoridades contra os partidários de Mursi, que matou mais de 1,4 mil pessoas.

Os atentados mais violentos no país aconteceram ao norte da península do Sinai (leste), onde está presente o braço egípcio do grupo Estado Islâmico (EI). O grupo executou em 1º de julho uma série de ataques sem precedentes contra as forças de segurança e matou dezenas de pessoas, incluindo 21 soldados.

Mas o Cairo e as cidades do Delta do Nilo não estão à margem dos atentados. Em 29 de junho, o procurador-geral do país foi assassinado com explosivos na capital. Após os ataques, o presidente Abdel Fatah al-Sissi, ex-comandante do exército que liderou a operação para destituir Mursi, prometeu uma legislação mais dura para lutar contra o terrorismo.

Lei antiterrorista

O governo aprovou um projeto de lei antiterrorista, que não foi promulgado até o momento por conta da avalanche de críticas da imprensa e das organizações de defesa dos direitos humanos. Entre outras medidas, a legislação anistia policiais que abusarem da força contra suspeitos de terrorismo e pune com até dois anos de prisão pessoas ou órgãos de comunicação que publicarem "informações falsas sobre ataques terroristas, que contradigam os comunicados oficiais".

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