Irã busca redigir acordo final sobre programa nuclear
Entre terça (8) e quarta-feira, o Irã pretende encerrar as discussões com as grandes potências ocidentais para iniciar a redação de um projeto de acordo final sobre seu polêmico programa nuclear. A declaração foi feita pelo chefe da diplomacia iraniana Mohammad Javad Zarif em sua chegada a Viena para mais uma rodada de discussões com o grupo dos 5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
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"Vamos tentar terminar as discussões nesta rodada e iniciar um projeto de acordo a partir do Ordibehesht (o segundo mês do calendário iraniano, que começa no dia 21 de abril)", afirmou o chanceler à televisão estatal austríaca. À frente da delegação iraniana, Zarif também deve se encontrar nesta noite com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Aston, que representa o 5+1 nas discussões.
Esta é a terceira reunião entre o Irã e as grandes potências depois da entrada em vigor de um acordo de seis meses firmado em 20 de janeiro, que prevê o congelamento de parte das atividades nucleares de Teerã em troca de um relaxamento parcial das sanções ocidentais.
Fim das sanções
A ideia do Irã é fechar até 20 de julho um acordo final, que possibilite a suspensão das sanções impostas pelas Nações Unidas, os Estados Unidos e a União Europeia, em troca de garantias do caráter exclusivamente pacífico do programa nuclear. Ainda pairam sobre as atividades nucleares iranianas as suspeitas de um interesse militar escondido.
Os pontos mais sensíveis são a extensão do programa de enriquecimento de urânio do Irã, além do reator de água pesada da usina de Arak, a 250 quilômetros da capital. Esse equipamento, ainda em fase de construção, poderia servir como "um caminho alternativo" para a obtenção da bomba atômica. O Irã se recusa a abrir mão do reator de pesquisa, mas se diz pronto a fazer mudanças técnicas que possam tranquilizar a comunidade internacional.
Acordo próximo
Em uma entrevista recente à agência iraniana de notícias Fars, Mohammad Zarif afirmou que iria a Viena para discutir "o acesso do Irã à tecnologia (nuclear), os recursos bancários e o comércio, as inspeções dos sítios nucleares iranianos e o tempo necessário para atingir a fase final" das negociações.
Depois da última reunião, em meados de março, o chanceler se disse otimista: "Sobre os quatro assuntos (o reator de Arak, as sanções, a cooperação nuclear e o enriquecimento de urânio), temos sinais de que um entendimento que respeite os direitos da nação iraniana é possível".
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