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Egito/Justiça

Ex-presidente egípcio vai pedir na justiça anulação de sua destituição

Mohamed Mursi, presidente islamita egípcio destituído do cargo e preso no início de julho, vai processar por “crime” as autoridades do país instaladas pelos militares e também pedir à justiça a anulação do que considera um “golpe de estado”. O anúncio foi feito por seu advogado nesta quarta-feira.  

O ex-presidente do Egito, Mohamed Mursi, no tribunal do Cairo em 4 de novembro de 2013
O ex-presidente do Egito, Mohamed Mursi, no tribunal do Cairo em 4 de novembro de 2013 REUTERS/Egypt Interior Ministry/Handout via Reuters
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Primeiro chefe de estado eleito democraticamente no Egito, Mursi está detido e sendo julgado por “incitação a assassinato” de manifestantes de oposição ao seu governo em 2012. “O presidente pretende dar entrada em um processo jurídico contra o golpe de estado e esta será a tarefa de uma equipe de defensores em um futuro próximo”, afirmou a jornalistas Mohamed al-Damati, responsável por um grupo de advogados que visitaram na segunda-feira Mohamed Mursi na prisão.

"Queixas serão encaminhadas à Procuradoria Geral para comprovar que o que aconteceu foi um crime", afirmou. Recursos também serão encaminhados à justiça administrativa para cancelar a ação conduzida pelo general Abdel Fattah al-Sissi”, afirmou o advogado.

O general Sissi, chefe das Forças Armadas, vice-primeiro ministro e ministro da Defesa, é considerado o novo homem forte do regime egípcio. Foi ele quem anunciou publicamente a destituição e a prisão de Mohamed Mursi e a formação de um governo provisório encarregado de fazer uma revisão da Constituição e de organizar eleições legislativas e presidenciais no início de 2014.

"O Egito não voltará à normalidade sem a anulação desde golpe de Estado”, afirmou Mursi em uma carta lida por seu advogado.

Para justificar a destituição de Mursi, os militares invocaram as manifestações do dia 30 de junho quando milhões de egípcios foram às ruas pedir a saída do presidente, acusado de distribuir o poder entre membros da confraria Irmandade Muçulmana e de promover uma “islamização” da sociedade egípcia.

Desde então o novo governo conquistou o apoio de uma parte importante da opinião pública e deu início a uma ofensiva contra as lideranças da Irmandade Muçulmana, consideradas por muitos egípcios como “terroristas”.

O processo contra Mursi foi aberto no dia 4 de novembro e durante a audiência ele recusou a autoridade dos juízes e disse ser o único presidente legítimo. A audiência foi interrompida e deve ser retomada no dia 8 de janeiro.

 

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